Qual candidato à presidência representa o maior risco fiscal ao país?
Consultoria compara a visão econômica dos principais postulantes a Presidente da República, destacando riscos para o equilíbrio das contas públicas
Considerando o destaque que a economia tem tido na eleição presidencial deste ano, a Prospectiva, consultoria internacional, lançará um amplo relatório sobre o assunto em breve, comparando os perfis dos pré-candidatos. Em conversa com o Radar Econômico, Adriano Laureno, gerente de análise política e econômica, conferiu uma prévia de conclusões sobre as visões econômicas de cada postulante. Foram contemplados Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB). A consultoria concluiu que o presidente Jair Bolsonaro seria aquele que com o perfil mais nocivo ao equilíbrio das contas públicas, tendo atitudes populistas que andam na contramão da boa gestão das finanças do Estado.
“Bolsonaro representa o maior risco fiscal, ele já demonstrou de maneira clara que não tem uma pauta econômica própria e prioriza a preservação de seu capital político em relação ao equilíbrio das contas públicas. Pegando o exemplo do teto de gastos, com Bolsonaro ele deve seguir sendo furado para reduzir riscos políticos. Além disso, o populismo do presidente faz com que ele adote uma lógica para governar pensando muito mais em curto prazo que os demais candidatos”, afirma Laureno.
O economista e consultor também avalia o estilo dos demais pré-candidatos, que, ao menos do ponto de vista estritamente fiscal, crê representar menos risco. “Lula se preocuparia em manter certa credibilidade do PT ao longo do tempo, inclusive perante o mercado. Para isso, tentaria manter a arrecadação do governo alta para cobrir seus maiores gastos, prezando por equilíbrio de contas”, diz. Para ele, tanto Tebet quanto Ciro passariam certa segurança no aspecto fiscal, considerando seus projetos e históricos, concorde ou não com suas ideias.
Aliado ao populismo do presidente, Laureno também destaca sua grande proximidade com o Centrão como fonte de risco. “Acreditamos que um segundo mandato de Bolsonaro contaria com ainda mais riscos fiscais, por ele estar envolto pelo Centrão, atualmente representado por Arthur Lira (Progressistas-AL). Não à toa figuras do Centrão lideram a estratégia de reeleição do presidente, através da recente PEC dos Auxílios, por exemplo”, afirma o economista.
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