Quem é o candidato preferido do setor da construção civil nas eleições
Próximo do presidente Jair Bolsonaro nos últimos anos, setor põe no lápis os efeitos de uma hipotética vitória de Lula
Os empresários do setor da construção civil estão se acostumando com a tendência de as eleições presidenciais ficarem entre o atual presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula, que hoje é quem lidera as pesquisas de intenções de votos. A despeito da proximidade de algumas lideranças do mercado ao mandatário dos últimos anos, há conversas abertas com Lula e o entendimento de que uma eventual vitória do petista nas urnas não significará algo, de fato, negativo para as políticas de incentivo à construção civil.
“Quem criou o programa social (Minha Casa, Minha Vida) foi o Lula. Eu estive com ele há alguns dias em um evento aqui em São Paulo. Ele me garantiu que irá turbinar isso. Mas as medidas atuais foram tomadas no governo Bolsonaro. A equipe do Ministério da Economia sabe a importância da construção civil para a economia do Brasil”, afirmou João Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). “Portanto, eu não acredito que nem um, nem outro cause uma fricção para o setor, sobretudo para o segmento de habitação popular. O que a gente precisa é atuar nessas coisas, regulamentar, mexer na hora certa, nada mais do que isso.”
O presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz França, por sua vez, entende que é preciso perseguir o caminho das reformas estruturantes para o país — e acredita que ambos os candidatos estão comprometidos com essa agenda. “Qualquer que seja o candidato que ganhe as eleições, o rumo do Brasil já está bem traçado. É continuar um trabalho firme nas reformas e no corte das despesas. Isso é o que vai continuar a fazer com que o Brasil tenha a capacidade de crescimento da sua economia”, afirma o presidente da Abrainc, entidade que representa os interesses de mais de 60 empresas do setor. Um empresário do mercado, que tem receio de se identificar, afirma que não vê grandes mudanças caso o vencedor seja Lula. “Eu acho que tanto faz. Qualquer que seja o vencedor, não acredito que mudará tanto para a economia.”