O banco Santander alega que, por conta do sigilo bancário e também porque teve atuação limitada no processo de fusão entre Bertin e JBS, não tem como entregar documentos requeridos na Justiça por um sócio do Bertin. A Berf tenta obter na Justiça documentos para contestar a fusão das duas empresas que aconteceu em 2009. O banco disse que na época da fusão prestou assessoria somente a um comitê independente instituído pelo grupo, e que seu papel era prover informações e laudos econômicos para que o comitê pudesse acompanhar a operação, sem ter a obrigação de verificar de forma independente as informações.
A fusão da JBS com a Bertin está sendo reavaliada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que analisa o uso de uma offshore chamada Blessed Holding para saber se os acionistas minoritários foram prejudicados na operação. O processo se tornou público depois que um acionista minoritário entrou na Justiça americana com uma ação conhecida como discovery application, parecida com a produção antecipada de provas no Brasil, para ter acesso a documentos da Blessed Holdings.
Com base nesse processo da CVM, a Berf, que é a sócia minoritária do Bertin, entrou com uma ação de produção antecipada de provas na Justiça paulista. Além de pedir documentos ao Santander, também solicitou os documentos em poder do JP Morgan, que assessorou na época a JBS. A Justiça determinou que os bancos entregassem os documentos, ao que o Santander alega agora terem proteção de sigilo bancário.
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