Logo que anunciada, nesta semana, as conversas do ministro das Comunicações, Fábio Faria, com o homem mais rico do mundo, Elon Musk, para trazer o seu programa de satélites ao Brasil, algumas críticas de opositores foram na direção de que seria uma ameaça à soberania nacional, com o velho argumento nacionalista de que a Amazônia seria comprada e dominada pelos estrangeiros. Esse argumento também encontra eco em alguns meios militares de que empresas internacionais poderiam ajudar governos interessados em saber mais sobre o território nacional. De fato, além de prometer levar internet para as escolas mais remotas do país, a constelação de satélites Starlink, lançada ao espaço pela empresa SpaceX, de Musk, também pode participar de um projeto de monitoramento da Amazônia. No entanto, Faria afasta, com um bom argumento, as maiores preocupações sobre fechar contrato com empresas multinacionais. “Os satélites já estão operando lá no espaço. Se fizermos acordo, teremos acesso às imagens que eles já podem fazer. Se não fizermos, nem saberemos o que eles podem ver”, diz a VEJA.
A tecnologia da Starlink ainda poderia trazer diversos benefícios que ajudariam a melhorar a gestão ambiental brasileira, e com isso melhorar a imagem do país no exterior. Os satélites do megabilionário empresário seriam capazes de detectar focos de incêndio e desmatamentos ilegais bem no início, facilitando e agilizando a ação de combate aos crimes ambientais, e evitando catástrofes maiores. Alguns deles possuem, segundo Faria, até uma tecnologia laser que capta os ruídos de motosserras. O ministro ainda acredita que o investimento de Musk num projeto na Amazônia seria capaz de atrair outros poderosos, preocupados com o meio ambiente, a realmente ajudarem na preservação da fauna e da flora brasileira.