A equipe econômica passou o fim de semana debruçada sobre o orçamento para encontrar uma solução que permitisse criar o programa Renda Cidadã com um valor superior ao do Bolsa Família. Com o estrangulamento das contas públicas, para não dizer que não encontrou, cogitou-se levar ao presidente Jair Bolsonaro novamente a proposta de mexer com o Abono Salarial — num limite de 9 bilhões de reais por ano. A ideia foi derrubada. Agora surge uma nova, a de acabar com as declarações de Imposto de Renda na modalidade simplificada, o que extinguiria o desconto automático de 20% sobre o valor declarado.
Apesar de tecnicamente não representar um aumento da carga tributária, a medida deve onerar ainda mais o contribuinte brasileiro. E a alta recai principalmente sobre a classe média, a maior usuária da modalidade simplificada do Imposto de Renda. O argumento poderá ser o de que “não há aumento de carga”, mas na prática as medidas aumentam o peso dos impostos que recaem sobre os ombros dos cidadãos brasileiros. Outras alternativas também estão sobre a mesa do ministro Paulo Guedes. Em todas, de uma forma ou de outra, cancela desonerações ou descontos sobre tributos.
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