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Simone Tebet: ‘O Orçamento Secreto é um fio desencapado’

Para a senadora, o Congresso tentará promover um acordo, em caso de eleição de Lula, para dar fim ao orçamento secreto

Por Felipe Mendes Atualizado em 4 jun 2024, 11h27 - Publicado em 30 out 2022, 10h08
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  • Simone Tebet em sua chegada ao debate -
    Simone Tebet - (Kaio Lakaio/VEJA)

    Com quase 5 milhões de votos no primeiro turno, a senadora e ex-presidenciável Simone Tebet (MDB) disse, em entrevista a VEJA, que só a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas provocará uma mudança do Congresso Nacional em relação ao orçamento secreto, que ela classifica como uma “tentativa de institucionalizar a corrupção” pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). “Acho que o orçamento secreto é um fio desencapado. O maior problema para quem se usufruiu dele é ter ficado na mão de gente tão gananciosa e incompetente. Ganância com incompetência juntos se transformam em um coquetel molotov, em uma bomba atômica”, afirmou ela. A seguir, os trechos da entrevista em que ela destrincha o orçamento secreto.

    Bolsonaro diz que a culpa do orçamento secreto não é dele, e sim dos congressistas. Como vê esse discurso? Eu estava lá, eu vi todos os atos. Vi que o Bolsonaro poderia ter vetado e simplesmente não ter empenhado o dinheiro. Quem tem a chave do cofre na mão é o chefe do Executivo. Quando ele não tem um Ministério do Planejamento e não planeja onde colocar o dinheiro, o dinheiro fica solto. Ao ficar solto, o Congresso Nacional viu uma saída para colocar essa verba em currais eleitorais e ganhar a eleição. Foi um combinado. Eu fui vítima do orçamento secreto, quando fui candidata à presidência do Senado. Ele foi utilizado para comprar apoios e conquistar votos para o candidato do governo, o Rodrigo Pacheco. Foi oferecido para mim para que eu desistisse da minha candidatura. Então, o dinheiro do orçamento público atuou ali e continua atuando. Agora, está todo mundo com medo, porque, a partir do momento em que o Lula ganhar a eleição, o Supremo Tribunal Federal vai para cima e eles vão ser os primeiros a dizer: “Vamos acabar com o orçamento secreto”. O próprio Congresso Nacional vai fazer isso, porque o intento, que era a reeleição de muitos parlamentares, já foi alcançado.

    Mas é possível resolver isso? Eles ‘vão entregar os anéis para não entregar os dedos’. Eu sei como funciona aquilo ali. A hora em que a ministra Rosa Weber mandar tornar o orçamento secreto público, não só o próprio Executivo vai ter que cumprir isso como eles vão tentar fazer uma concertação para abafar o caso dizendo que aceitam acabar com o orçamento secreto desde que não se investigue o passado. Eles viram que foram pegos com a boca na botija. O escândalo e as denúncias estão aí, mas o Ministério Público e a Polícia Federal estão atuando. E o Supremo vai mandar abrir a caixa preta desse orçamento.

    O que Lula, caso seja eleito, pode fazer para dar transparência a esses recursos? Você resolve o problema do orçamento secreto não só com o Supremo mandando abrir, mas com um ato normativo. Com o presidente Lula eleito, tem que baixar um ato determinando que todos os ministros de Estado devem dar transparência total para o destino desses recursos por meio do Portal da Transparência. A partir do momento em que isso se tornar público, é possível permitir que os órgãos de fiscalização e de controle façam o ‘dever de casa’. Hoje, é possível rastrear tudo no mundo tecnológico, porque se deixa rastros. Dá para saber de qual gabinete saiu, qual é o ID do funcionário que digitou… Tem como descobrir e não só seguir o dinheiro, mas seguir a autoria desses recursos.

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    Quais as diferenças entre o orçamento secreto e o ‘petrolão’? Acho que são coisas distintas, mas, de certa forma, estamos diante de uma tentativa diferente da que foi o ‘petrolão’ de institucionalizar a corrupção. Não estou comparando valores com o petrolão, até porque a gente não tem como avaliar ainda, mas são empregados quase 20 bilhões de reais por ano. Eles precisavam desse dinheiro para fazer caixa, para fazer campanha, precisavam que os municípios inflassem suas notas, dizendo que fizeram no ano anterior uma série de serviços na saúde na educação que não fizeram. Podemos estar falando de 100% desses recursos embolsados, de notas frias, com recursos que podem ter sido divididos entre parlamentares, prefeitos, secretários, dividido por dois, por três, eu não saberia dizer… Mas exemplos não faltam. Há na área da educação, na área da saúde, com os exames de HIV, com as extrações de dentes… Eu acho que o orçamento secreto é um fio desencapado. O maior problema para quem se usufruiu dele é ter ficado na mão de gente tão gananciosa e incompetente. Ganância com incompetência juntos se transformam em um coquetel molotov, em uma bomba atômica. São dois ingredientes demolidores.

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