Tarifas devem acentuar queda do PIB e atingir em cheio crescimento do país
Bancos escrevem em relatórios que processo de desaceleração no ritmo de crescimento do PIB deve se acentuar com novas tarifas de Donald Trump

Os economistas do banco americano J.P Morgan estimam um efeito negativo de até 1,2% no crescimento do PIB do Brasil por ano por causa das novas tarifas-base de 50% anunciadas pelo presidente americano Donald Trump. A taxação extra das importações brasileiras é classificada pelo banco como um banho de água fria para o mercado acionário brasileiro, que vinha registrando uma sequência de entradas de capital estrangeiro nos últimos três meses. “Dito isso, o risco para nossa previsão já pessimista de crescimento para o segundo semestre de 2025 e além é ainda maior. O efeito sobre os preços domésticos no Brasil é incerto. Embora a maior disponibilidade de produtos antes exportados no mercado interno possa reduzir preços, o comportamento da taxa de câmbio terá papel crucial”, escrevem.
Os analistas da XP Investimentos enxergam a situação de forma similar. Eles entendem que o impacto direto sobre o crescimento do PIB via comércio já em 2025 será de 0,3 ponto percentual entre os meses de julho e dezembro. Para 2026, a previsão é de uma queda de 0,5 ponto percentual do PIB. “Além disso, o impacto pode ser ampliado por condições financeiras mais apertadas. Embora difícil de mensurar, esse canal não deve ser desprezado e dependerá da resposta do governo brasileiro e da possibilidade de ‘desescalada’ desse conflito comercial”, dizem. O J.P Morgan e a XP Investimentos ainda não mudaram oficialmente as projeções de crescimento do PIB do Brasil.
Os fatos que mexem no bolso são o destaque da análise do programa VEJA Mercado: