Tesouro pode separar áreas ambiental e social em novos títulos, diz Ceron
Primeira emissão de títulos ESG, que devem juntar meio ambiente e social, está programada para o segundo semestre deste ano
O governo federal se prepara para lançar títulos públicos vinculados à melhoria tanto de indicadores ambientais quanto sociais, orientados pela famosa sigla ESG. Esse é o molde do novo tipo de investimento que deve chegar ao mercado no segundo semestre deste ano. Contudo, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirma que futuras emissões podem focar letras específicas da sigla ESG. “A primeira emissão deve ser em conjunto, sendo esse o tipo mais tradicional no mercado. Embora depois possamos fazer uma emissão apenas voltada a ações ambientais ou a ações sociais. Pode ser separado”, diz em entrevista ao Radar Econômico.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva instituiu o Comitê de Finanças Sustentáveis Soberanas na última semana. O comitê visa à formulação de um arcabouço de emissão dos títulos públicos temáticos, além do acompanhamento de sua efetividade. Para tanto, o grupo presidido pelo Tesouro conta com representantes de dez ministérios. “O governo vai usar indicadores para prestar contas aos investidores a respeito do cumprimento dessa agenda, por isso envolve os ministérios. E já há uma minuta que trata da emissão preparada para ser discutida com essas pastas”, conta Ceron, enfatizando que o processo deve caminhar rapidamente. “Essa emissão é muito simbólica porque representa talvez o passo mais concreto do retorno do Brasil à pauta ambiental perante o mundo, nos posicionando entre os países que de fato estão tomando ações concretas em relação ao tema”, complementa.
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