Uma nova interpretação sobre os desempenhos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas eleitorais pode representar uma mudança importante no rumo das eleições — e beneficiar o ex-capitão. O estudo é da Legacy Capital. O levantamento leva em conta a diferença entre a intenção de voto de cada candidato no nicho de eleitores com formação até o ensino fundamental e a sua intenção total de votos na pesquisa. De acordo com a Legacy, as eleições presidenciais de 2006 a 2018 mostram que, quanto maior for a escolaridade média do eleitorado do candidato, mais as pesquisas tendem a subestimar seu resultado nas urnas, enquanto candidatos cujo eleitorado tem escolaridade média menor tendem a ter sua intenção de votos superestimada pelas pesquisas. “Notadamente, os eleitores que se declaram graduados até o ensino fundamental tendem a se abster em maior proporção do que os de escolaridade mais elevada. O maior custo de transporte ao local da votação para estes eleitores, explica, provavelmente, parte importante deste efeito”, conclui.
De acordo com a pesquisa Ipec da última terça-feira, 20, o ex-presidente Lula teria 58% das intenções de votos entre os eleitores de menor escolaridade, 11 pontos percentuais acima da sua intenção total de votos, de 47%. As métricas para o presidente Bolsonaro são de 25% e 31%, respectivamente. Segundo o levantamento, a relação entre o nível de abstenção e os contingentes eleitorais de Lula e Bolsonaro sugere que o candidato petista pode estar com sua intenção de voto superestimada em cerca de oito pontos percentuais. A mesma relação sugere que a votação de Bolsonaro pode estar subestimada em seis pontos percentuais. Em 2018, o mesmo estudo foi feito a cinco dias do primeiro turno e apontava Bolsonaro com até 43% das intenções de voto e o então candidato Fernando Haddad (PT), com 20%. Na apuração oficial, o atual presidente alcançou 46% dos votos, enquanto o ex-prefeito de São Paulo atingiu 29% dos votos.
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