Com Selic já elevada, inflação de 4,8% não é aceitável, diz Pedro Ros
VEJA Mercado: nesta manhã, Haddad afirmou que inflação entre 4% e 5% está “relativamente” dentro da normalidade para o Plano Real
VEJA Mercado | 17 de janeiro de 2024.
Em dia de feriado nos Estados Unidos, as bolsas americanas permanecerão fechadas. Sem a referência de Wall Street, o clima nos mercados é positivo: os principais índices europeus operam em alta, enquanto as bolsas asiáticas fecharam no azul. No Brasil, o Banco Central divulgou nesta manhã o Boletim Focus, que apontou nova alta nas projeções de inflação para 2025 e 2026. A estimativa para 2025 subiu de 5,58% para 5,60%, e para 2026, de 4,30% para 4,35%. Durante painel do FMI nesta segunda-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a inflação entre 4% e 5% está “relativamente” dentro da normalidade para o Plano Real. Ele também avaliou que a recente queda do dólar deve ajudar a acomodar a inflação.
Para Pedro Ros, CEO da consultoria financeira Referência Capital, apesar de o histórico apresentado por Haddad ser correto, isso não significa que uma inflação entre 4% e 5% seja adequada para o cenário atual. Ele explica que o juro real — a taxa de juros descontada a inflação — já está elevado, o que limita a capacidade do Banco Central de subir ainda mais os juros para conter os preços. Atualmente, os juros reais no Brasil estão em 9,18%, o segundo maior do mundo, atrás apenas da Argentina. “Essa diferença é um abismo que mostra que os juros não têm sido eficazes no controle da inflação”, diz Ros.
O VEJA Mercado é transmitido de segunda a sexta, ao vivo no YouTube, Facebook, Twitter, LinkedIn e VEJA+, a partir das 10h.