Sem produtividade, pressão salarial chegará à inflação, diz planejador
VEJA Mercado: Segundo Jayme Carvalho, a taxa de desemprego divulgada hoje pelo IBGE veio na mesma direção dos dados do Caged divulgados na véspera
Após o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem, mostrar uma geração de vagas forte no Brasil – e reacender as preocupações dos investidores em relação à inflação –, o dia reserva mais repercussões em relação ao mercado de trabalho. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua mostrou que o desemprego no Brasil atingiu 6,5% no trimestre encerrado em janeiro, levemente abaixo do esperado.
Segundo o planejador financeiro Jayme Carvalho, a taxa de desemprego divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) veio na mesma direção dos dados do Caged. “O que mais importa para a economia é a pressão sobre o salário e, consequentemente, sobre a inflação”, diz ele. “Houve um aumento real em 2024, segundo o Caged, de 3,7%, acima da inflação. Isso tende a virar inflação futura se não houver ganho de produtividade.”
O mercado também digere as estatísticas do setor externo divulgadas pelo Banco Central nesta manhã, com os dados da conta corrente e do investimento estrangeiro direto, enquanto observa, na frente corporativa, os balanços da Petrobras e da Nvidia, divulgados ontem. De um lado, a fabricante de chips americana registrou um desempenho estrondoso, com receitas recordes, enquanto a estatal brasileira teve um resultado minguado, com queda de lucros e da receita.
“Para a Nvidia, o balanço mostrou que os possíveis impactos de concorrentes novos não atingiram o setor ainda”, explica. “Já a estatal, com um desempenho bem abaixo do esperado, jogou dúvidas sobre seu futuro por causa do aumento dos investimentos, que deixam no ar se vão levar a empresa a uma posição mais lucrativa ou não.”
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