Haddad enfrenta um problema parecido ao de Paulo Guedes, diz Gustavo Cruz
VEJA Mercado: estrategista-chefe da RB Investimentos diz que ministro está isolado e que discurso não é comprado pela bolsa, como ocorreu com seu antecessor
VEJA Mercado | 25 de outubro de 2024.
As bolsas europeias e os futuros americanos são negociados em baixa na manhã desta sexta-feira, 25. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tentam apagar o incêndio do mercado no dólar e nos juros. A moeda americana chegou a custar 5,72 reais ao longo da semana, testando os valores nominais mais altos da história. As taxas de juros futuras até 2029 são negociadas próximas da casa dos 13%, nível bem acima da atual taxa Selic. Os títulos do Tesouro atrelados ao IPCA estão pagando um prêmio de quase 7%, além do indicador oficial de inflação do país, um patamar elevado historicamente. A irritação do mercado decorre principalmente da descrença em relação à sustentabilidade das contas públicas brasileiras.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) piorou o cenário para o país e projeta que a dívida bruta deve responder por 97,6% do PIB do Brasil nos próximos cinco anos. Em Washington para encontros do G20, as principais vozes da economia brasileira tentaram tranquilizar os investidores. Campos Neto disse que as medidas fiscais devem atender em parte as preocupações do mercado, que algumas precificações são exageradas e que o BC não trabalha somente com o termômetro do mercado. Já Haddad afirmou que o ministério vai trilhar o caminho de reforçar os parâmetros do arcabouço fiscal para que ele se sustente. Os índices acionários e o câmbio respiraram, mas longe de representar uma calmaria na Faria Lima.
A mineradora Vale registrou um lucro de 2,4 bilhões de dólares no terceiro trimestre do ano e surpreendeu os investidores. Diego Gimenes entrevista Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos. O especialista afirmou que o ministro Haddad parece isolado no governo e que seu discurso, apesar de austero, não é comprado pelo mercado — tal qual ocorreu com o seu antecessor, Paulo Guedes, na reta final do governo Jair Bolsonaro. O VEJA Mercado é transmitido de segunda a sexta, ao vivo no YouTube, Facebook, Twitter, LinkedIn e VEJA+, a partir das 10h.
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