A pandemia do novo coronavírus alterou a ordem dos fatores no consumo. Com medidas restritivas para se evitar o contágio da enfermidade no país, a adoção do e-commerce por parte dos consumidores se acelerou de tal modo que a participação deste nicho do mercado praticamente dobrou dentro do comércio varejista. As vendas do Natal só confirmaram essa tendência. Segundo dados da consultoria Ebit|Nielsen, de 10 a 24 de dezembro, o comércio eletrônico movimentou 3,8 bilhões de reais, superando em 44,6% o montante registrado em igual período do ano anterior. Foram 8,1 milhões de pedidos, alta de 27,5%. O número de pessoas que realizaram uma primeira compra on-line nesta data festiva avançou 14%, abaixo da média de crescimento dos últimos anos, o que pode não ser um mau sinal: demonstra que cada vez mais o brasileiro está habituado ao meio digital e que tem perdido o receio de comprar na internet.
Alegria para uns, infortúnio para outros. No varejo físico, as vendas da data festiva recuaram 12% frente ao mesmo período do ano anterior. Os dados foram apurados pela Cielo para compor o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) em parceria com a Associação Brasileira de Shopping Centers, a Abrasce. Segundo a entidade do setor, houve recuperação na reta final do mês. “Vínhamos com uma queda média de 25% nas vendas nas últimas quatro semanas e a força do período nas vendas do Natal fez esse índice subir, só não foi ainda melhor devido ao retrocesso nas imposições de mais restrições por parte do governo”, disse Glauco Humai, presidente da Abrasce. Estima-se que o varejo tenha recuado aos níveis de 2015 e 2016 neste ano. Com o fim do auxílio emergencial e a demora para o início da vacinação no Brasil, as projeções para o setor em 2021 não são muito animadoras.
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