Em resposta a um “surto de importações” de pneus de países asiáticos no Brasil, a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos pediu à Camex, a Câmara de Comércio Exterior, que aumente a tarifa de importação de pneus de carga e de passeio dos atuais 16% para 35%.
Antes mesmo da decisão, que deve ocorrer entre o fim de junho e o início de julho, empresas como Bridgeston, Goodyear, Pirelli e Prometeon já anunciaram nos últimos dias aumentos de 2% a 5% nos preços dos produtos.
No pleito à Camex, as associadas da Anip dizem que têm sido “seriamente prejudicadas pela entrada maciça de importações de pneus, originários especialmente dos países asiáticos”.
“Por exemplo, em 2023, considerando todos os tipos de pneus importados pelo Brasil, apenas China, Vietnã, Malásia, Índia, Japão e Tailândia corresponderam a mais de 87%. Além disso, é importante destacar o aumento bastante relevante dessas importações os últimos 4 anos, as importações brasileiras totais de pneus aumentaram 182%”, afirma a associação.
Caso a tarifa seja aumentada, importadoras apontam que o mercado será desmontado no Brasil. “Não haverá mais importadores de pneus no país. Seis empresas estrangeiras irão ditar os preços dos produtos, impactando no frete e diretamente na inflação”, diz Ricardo Alípio, presidente da Abidip, a Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Pneus.
A entidade aponta que a tarifa de importação de pneus chegou a ser zerada em 2021 por conta do aumento dos custos do frete marítimo com reflexos diretos nos preços do transporte rodoviário nacional. E que, no ano passado, foi reajustada para 16% após pedido da Anip. Além disso, o custo do frete marítimo vem aumentando nos últimos meses, o que estaria pressionando o mercado de importados.
Com o reajuste de 16% para 35% na importação, o setor estima aumento dos custos dos pneus em cerca de 20%.