‘A ONU de 1945 não vale mais nada em 2023’, diz Lula sobre veto dos EUA
Presidente voltou a defender nesta terça-feira mudanças no Conselho de Segurança das Nações Unidas

Lula voltou a defender nesta terça-feira o fim do direito de veto no Conselho de Segurança da ONU e disse que a organização “precisa mudar”. O presidente parabenizou o trabalho do chanceler Mauro Vieira nas Nações Unidas e condenou o veto dos Estados Unidos à resolução apresentada pelo Brasil, que criaria um corredor de ajuda humanitária em Gaza.
“O Brasil no Conselho de Segurança fez um trabalho extraordinário, o Mauro Vieira foi excepcional, produzimos uma nota que teve o apoio de 12 países, teve mais a abstenção da Rússia e da Inglaterra, que são também do Conselho de Segurança e apenas um país teve o direito de vetar e vetou, que foi os Estados Unidos. Quer dizer, isso é incompreensível. Não é admissível”, criticou Lula.
“Por isso que nós brigamos para mudar a ONU, a ONU precisa mudar, a ONU de 1945 não vale mais nada em 2023. É por isso que a gente quer mudar a quantidade de pessoas e o funcionamento e acabar com o direito de veto”, acrescentou o petista.
As afirmações foram feitas na “Conversa com Presidente”, durante comentários do petista sobre os 32 repatriados da Faixa de Gaza. Os brasileiros chegaram em Brasília na noite de segunda-feira e foram recebidos por uma comitiva do Planalto, Itamaraty e Forças Aéreas.
“Finalmente, a gente recebeu filhos do Brasil que são vítimas de uma guerra insana”, disse na live desta terça.
“É verdade que houve um ataque terrorista do Hamas, e nós combatemos desde o início, mas o comportamento de Israel fazendo o que está fazendo com crianças, com hospital, com mulheres e com crianças, são mais de 5.000 crianças que já morreram”, acrescentou o presidente.
Nesta semana, o presidente já havia dito que Israel matava inocentes em Gaza “sem nenhum critério”. A Confederação Israelita do Brasil emitiu nota dizendo que a fala de Lula “equiparando as ações de Israel ao grupo terrorista Hamas é equivocada e perigosa”.