A pedido da coligação do candidato Celso Russomanno (Republicanos), o juiz Marco Antonio Martin Vargas, da 1ª Zona da Justiça Eleitoral de São Paulo, suspendeu na manhã desta terça-feira, 10, a divulgação de pesquisa do Datafolha sobre a eleição para a prefeitura de São Paulo.
A divulgação estava prevista para a noite desta terça-feira. No pedido, a coligação sustenta que a pesquisa não seguiu determinações da legislação eleitoral para a divulgação de pesquisas. Entre as irregularidades estariam a ausência de ponderação dos entrevistados quanto ao nível econômico, a ausência de assinatura ou de sua certificação digital do estatístico responsável pela pesquisa eleitoral e a irregular fusão de estratos quanto ao grau de instrução dos entrevistados.
Russomanno alega ainda que há “simulação tendenciosa de segundo turno diante da ausência de simulações sem a presença do candidato à reeleição Bruno Covas (PSDB)”. Na última pesquisa do Datafolha, o tucano liderava isolado a corrida pela prefeitura, com 28% das intenções de voto, seguido por Russomanno (16%), Guilherme Boulos, do PSOL (14%), e Márcio França, do PSB (13%).
A pesquisa seria a quinta divulgada pelo instituto desde a semana de início da propaganda eleitoral no rádio e na TV. Russomanno vinha enfrentando quedas seguidas nos levantamentos: foi de 29% (em 5 de outubro) para 27% (em 8 de outubro), depois para 20% (em 22 de outubro) e depois para 16% (em 5 de novembro).
O juiz deu prazo para o Ministério Público Eleitoral e a empresa Folha da Manhã S.A. apresentarem suas alegações. O Datafolha também pode recorrer a outra instância para fazer valer a divulgação prevista para esta terça-feira.
Segundo Alessandro Janoni, diretor de pesquisas do Datafolha, o instituto utiliza como referência nas eleições de 2020 as mesmas variáveis de planejamento amostral e ponderação dos dados que há mais de 35 anos dita o monitoramento dos pleitos da cidade de São Paulo, com o objetivo de representar todos os estratos do eleitorado paulistano.
“Causa espanto e é preocupante um pedido de impugnação da divulgação justamente agora quando o candidato que solicita a censura apresenta queda nas intenções de voto. É um ataque ao direito do eleitor de se informar, uma ação antidemocrática”, afirmou Janoni ao jornal Folha de S. Paulo.