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A preocupação de Lula com o PL de Valdemar Costa Neto

Ex-presidente comentou aumento da bancada do PL e voltou a defender que sindicatos se organizem em torno da 'contrarreforma' trabalhista

Por Laísa Dall'Agnol Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 abr 2022, 12h29 - Publicado em 4 abr 2022, 12h24

O ex-presidente Lula (PT) comentou, nesta segunda-feira, a recém-formada configuração do Congresso após as trocas da janela partidária e demonstrou preocupação com o crescimento do PL — partido do presidente Jair Bolsonaro.

Durante encontro com lideranças da CUT, Lula defendeu que, mesmo num cenário em que o PT ganhe a presidência da República, será “muito difícil fazer qualquer coisa” com o Congresso na atual formação e que, por isso, os eleitores precisam voltar a atenção à escolha de deputados e senadores, e não apenas ao voto para presidente e governador.

“O PT, que era o maior partido no Congresso, tem 56 deputados, de 513. A esquerda toda tem 100 e poucos. Só o Valdemar Costa Neto [presidente do PL] tem agora 78 deputados. Ou seja, os partidos deixaram de ser partidos e viraram cooperativas de deputados. O que vale é a repartição do fundo eleitoral”, disse o ex-presidente.

Lula defendeu, ainda, que as lideranças sindicais precisam se organizar para apresentar as pautas prioritárias à população, entre elas, a chamada ‘contrarreforma’ trabalhista.

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“Se a gente não mudar o Congresso, é muito difícil imaginar que você vai fazer as reformas que precisamos fazer. Ou melhor, a contrarreforma que precisamos fazer. Não adianta chorar, se não tiver números, a gente não faz. Na Espanha, que tinha o governo favorável, a maioria dos deputados favorável, depois de nove meses de discussão ganhou por um voto (…) Essa é uma eleição que a gente vai ter que fazer mais do que em outras eleições. A gente vai ter que colocar no papel o que a gente quer, e a gente vai ter que ensinar a sociedade a cobrar dos deputados as coisas. Porque daqui pra frente a gente vai ter que mudar o jeito de fazer pressão no Congresso”, declarou.

Na última semana, o petista se reuniu com a vice-presidente da Espanha, Yolanda Díaz, para discutir a “revisão” da reforma trabalhista espanhola, aprovada no início deste ano. Foi o terceiro encontro para tratar do tema.

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