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A tensão com Lira que deixou a MP dos ministérios para os últimos dias

Em reunião fechada, presidente da Câmara, líderes do Centrão e até governistas se revoltam com a articulação política do Planalto: 'acabou a lua de mel'

Por Nicholas Shores Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 31 Maio 2023, 12h00 - Publicado em 31 Maio 2023, 11h20
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  • “Acabou a lua de mel”, define um líder governista que participou da reunião na presidência da Câmara na noite de terça-feira em que Arthur Lira e o núcleo duro do Centrão passaram horas se queixando da articulação política do Palácio do Planalto.

    A revolta com Alexandre Padilha, responsável por gerenciar emendas parlamentares, e Rui Costa, a quem cabe filtrar e liberar indicações para cargos no governo, é generalizada e colocou em risco a MP que organiza a estrutura da Esplanada dos Ministérios de Lula.

    A votação da medida provisória ficou para a manhã desta quarta-feira. Sua validade só vai até as 23h59 de quinta-feira. Se a Câmara aprová-la, ainda precisa passar pelo Senado – e, se sofrer alterações, retorna para nova análise dos deputados, sob pena de caducar e restabelecer a organização administrativa do governo Bolsonaro.

    Na terça de manhã, Lira recebeu coordenadores de bancadas estaduais no Congresso. Ambos os lados trocaram reclamações sobre a lentidão do Planalto na nomeação de indicados para cargos federais de segundo e terceiro escalão.

    No início da noite, os representantes das bancadas foram ao gabinete de Padilha e cobraram, além do destravamento dos cargos, a execução de emendas impositivas e maior participação do Congresso na distribuição de verbas dos ministérios – demanda pública de Lira depois da extinção das emendas de relator, tachadas como “orçamento secreto”.

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    A tensão imediata ficará no ar até a abertura do painel de votação da MP da organização administrativa na Câmara. Sem os votos do Centrão, o governo não aprova nem um simples projeto de lei.

    Mas, se não forem resolvidas, as fissuras mais amplas na relação com o Congresso vão perseverar por tempo muito maior do mandato de Lula.

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