A PF intensificou na última sexta-feira a fiscalização em aeroportos e portos do país com o intuito de reprimir crimes eleitorais nos dias que antecedem o segundo turno da disputa entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL). No estado do Amazonas, por exemplo, agentes apreenderam na última semana pouco mais de 81.000 reais em dinheiro vivo, a maior parte trocada em notas pequenas, com pessoas suspeitas de praticarem crimes eleitorais. A polícia investiga se as notas serviriam para a compra de votos.
Segundo comunicado da PF, na última terça-feira, um homem foi detido no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus, embarcando com 5.050 reais em espécie na mala. Funcionário público comissionado, ele, que viajava ao interior do Amazonas, não justificou a procedência dos recursos e foi levado para a superintendência da PF para esclarecimentos. No mesmo dia, uma equipe no porto de Manaus abordou um advogado durante uma fiscalização e flagrou que ele carregava 33.000 reais em dinheiro vivo, trocado em notas pequenas. Ele também foi detido para esclarecimentos.
Na manhã de quarta, foram encontrados 19.000 reais em espécie em uma aeronave que partiria do Aeroclube do Amazonas, na capital, rumo a uma localização no interior. O dinheiro estava em uma caixa de papelão, sob a posse de um empresário, que foi levado para a delegacia. Se ficar comprovado que o dinheiro serviria para atividades ilegais de campanha, os três homens detidos podem ser enquadrados no artigo 350 do Código Eleitoral, pelo crime de falsidade ideológica eleitoral, cuja pena pode chegar a cinco anos de prisão.
Agentes também encontraram dinheiro vivo em fiscalizações pelo interior do Amazonas. Na segunda, um homem foi preso desembarcando no aeroporto de Tabatinga, cidade na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, carregando 24.700 reais fracionados por vários bolsos da roupa que vestia. Com ele também foram encontrados santinhos eleitorais de um candidato a governador do Estado, cujo nome não foi divulgado pela PF. O homem foi preso em flagrante e responderá pelos crimes de compra de votos e falsidade ideológica.