O empresário e lobista Adir Assad se complicou na audiência de oitiva das testemunhas de acusação no processo contra Paulo Preto, em Curitiba. Ele é acusado de ter movimentado cerca de 130 milhões de reais em contas na Suíça, entre 2007 e 2017, e ajudar a Odebrecht a pagar propinas a políticos e executivos da Petrobras.
Apenas ele e seu ex-sócio, Marcello Abbud, falaram que conheciam Paulo. Álvaro Novis e Luiz Eduardo da Rocha Soares, delatores da Odebrecht ouvidos ontem na mesma audiência, negaram conhecê-lo.
Mas Adir não conseguiu localizar os imóveis do réu em que fazia as retiradas de dinheiro. Um apartamento ficaria na rua Brigadeiro Luis Antônio, sem local exato, e o outro é ainda mais incerto: no bairro Vila Nova Conceição, sem rua apontada.
Ele disse que foi várias vezes aos locais sozinho e apenas uma com um motoboy chamado Walmir – não soube declinar seu sobrenome.
Em sua idas, o empresário disse que tirava cerca de quinze malas grandes lotadas de dinheiro. Ao ser perguntado sobre o veículo em que fazia o transporte, demorou a responder. “Cherokee”, concluiu.
Adir Assad nunca teve uma Cherokee.
Visivelmente nervoso, Assad não atrelou dessa vez o ex-diretor da Dersa em São Paulo à Petrobras, para surpresa dos procuradores presentes.