Ala militar tenta evitar que Bolsonaro coloque amigo na Justiça
Escolha de um cupincha só reforçaria acusações de Moro de que o presidente tenta tomar conta da Justiça para controlar investigações da PF
Nunca um “sextou” foi tão desejado no núcleo militar do Palácio do Planalto. Com a chegada do fim de semana, os auxiliares de Jair Bolsonaro esperam que o sábado e domingo ajudem a baixar a poeira do bombardeio de Sergio Moro contra o presidente.
Um ministro palaciano disse que a estratégia de reabilitação do presidente passa por uma tentativa de virada de mesa na guerra de narrativas com Moro. “A partir de terça as coisas irão melhorar. Vamos esperar a terça”, disse.
Esse discurso foi usado para tentar ganhar tempo no Congresso, onde Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia estudavam que manifestação adotar diante da sucessão devastadora de fatos da sexta.
A primeira tarefa dada pelos militares a Bolsonaro neste sábado será buscar um nome diferente para o Ministério da Justiça. Preferido do presidente, o ministro Jorge Oliveira, exatamente o tipo que Moro disse que Bolsonaro adoraria colocar na pasta para controlar investigações na Polícia Federal, perdeu força.
Para os militares, Bolsonaro só confirmará as acusações de Moro se colocar um ministro do seu núcleo “familiar” na pasta e outro delegado igualmente amigo na PF. Como o diretor da Abin, Alexandre Ramagem, praticamente definido, restaria a Bolsonaro buscar outro fiador da condução técnica na Justiça, alguém, que ironia, com o perfil de Moro.
Bolsonaro ainda não se convenceu da estratégia, mas topou ampliar a lista de cotados. Os nomes devem ser anunciados durante o fim de semana.