Alvo de racismo, Xakriabá acionará Kataguiri no Conselho de Ética

Um dia após ser vítima de racismo no plenário da Câmara, a deputada Célia Xakriabá afirmou nesta quinta-feira que representará o deputado Kim Kataguiri no Conselho de Ética e reportará ao Ministério Público Federal os crimes de violência política de gênero e racismo.

“Medidas serão tomadas externa e internamente. O Conselho de Ética não pode servir apenas para algumas pessoas. Ontem foi um racismo televisionado, em flagrante. Tinha que ter parado ali. É preciso que o Conselho de Ética apure esse caso”, disse Célia a jornalistas.

A deputada do PSOL lamentou ainda o que classificou como tentativa de silenciamento, quando o presidente da Câmara, Hugo Motta, protelou uma apresentação de questão de ordem feita por ela.

Durante a análise do projeto de licenciamento ambiental, Célia, que usava um cocar com penas de pavão, passou a ser hostilizada por parlamentares fora do microfone.

Em meio ao avanço do texto, deputados se encorajaram e reforçaram os ataques contra a parlamentar do Psol no microfone.

“Determinada deputada me chamou de deputado estrangeiro e eu quero dizer aqui que estrangeiro ali próximo de onde estão meu ancestrais é o pavão, que é um animal lá da Ásia. Não tem nada a ver com tribo indígena aqui no Brasil, mas tem gente que parece que gosta de fazer cosplay”, ironizou Kataguiri.

No mesmo sentido, Rodolfo Nogueira usou de sarcasmo para falar da resistência de Célia ao projeto relatado por Zé Vitor.

“Já que o assunto é o pavão misterioso, queremos saber do licenciamento ambiental do pavão aqui presente. Nossa, se para abrir uma estrada, para abrir um empreendimento, precisa de licenciamento, para abater um animal, também precisa de licenciamento ambiental”, provocou Nogueira.

Minutos depois, Célia foi para o embate, o que fez com que Motta solicitasse a intervenção da polícia legislativa.

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