Apreensões da Receita Federal no Paraná ganham destino inusitado
Em parceria com Itaipu Binacional, PF, CIBiogás e Ministério da Agricultura, órgão trabalha para converter contrabando em energia limpa

Produtos apreendidos pela Receita Federal na região de fronteira, como coco ralado, cacau, leite em pó, vinho e azeite de oliva, estão ganhando novo destino em Foz do Iguaçu (PR): a geração de energia limpa.
Fruto de parceria entre a Itaipu Binacional, Receita Federal, CIBiogás, Polícia Federal e Ministério da Agricultura a iniciativa toma forma na planta-piloto de Itaipu e, desde 2017, já processou mais de 600 toneladas de resíduos, resultando em 41 mil m³ de biometano, volume que seria suficiente para um carro dar 12 voltas ao redor da Terra.
O biometano abastece parte da frota da usina, incluindo um ônibus híbrido (biometano e diesel) usado no transporte de visitantes do Circuito Turístico Itaipu. Operado pelo CIBiogás, o projeto já mapeou mais de 400 tipos de resíduos orgânicos aptos à biodigestão, criando um ciclo virtuoso que reduz impactos ambientais, dá destino produtivo a produtos que antes eram destruídos e gera energia com baixíssima emissão de carbono.
A tecnologia teria despertado o interesse da Petrobras, que estuda formas de escalabilidade e comercialização do biocombustível. Parte do biogás também será convertida em bio-syncrude, óleo sintético que serve de matéria-prima para SAF (combustível sustentável para aviação).
A primeira amostra deverá ser apresentada na COP 30, que acontecerá em novembro, em Belém.