O presidente Lula comentou nesta terça a cobrança que sofre da primeira-dama Janja quando é fotografado só com homens, mas reconheceu que “às vezes a maioria é homem mesmo”. “Fazer o quê?”, disse o petista.
“Ela é muito preocupada com a questão das mulheres, sabe? E me cobra, você não tem noção como me cobra quando o Stuckinha [o fotográfo Ricardo Stuckert] tira uma fotografia minha e só tem homem. Quando ela vê a foto, ela fica horrorizada, se não tinha mulher pra colocar na foto. Por que só homem, só homem, só homem? E às vezes a maioria é homem mesmo, fazer o quê?”, declarou Lula, em entrevista à Rádio Metrópole, de Salvador.
Na sequência, ele lembrou de quando fez o primeiro congresso da trabalhadora metalúrgica em São Bernardo do Campo, em 1978, “a primeira vez que a gente fazia um congresso de mulher”, e a diretoria era só de homem, só tinha homem.
“E as feministas daquela época quase me matam porque não tinha mulher na mesa, não tinha mulher na mesa. E agora não é mais uma questão de feminista, é uma questão que as mulheres conquistaram empoderamento, e elas querem falar, elas querem participar, elas querem ser sujeito da história, elas não querem mais ser coadjuvantes”, afirmou.
“Então a Janja me ajuda muito nisso, eu sou muito, muito, muito grato ao comportamento dela com relação a mim. A gente discute todo e qualquer assunto sem nenhuma frescura. Não é porque ela é minha mulher que ela tem que ficar quieta. Não. É por ser minha mulher que ela tem que falar. Mas muito mais porque ela é militante política, ela gosta de política, ela faz política, então ela tem que colocar o posicionamento dela. Quando a gente não tá de acordo, a gente para de discutir porque a gente também não quer brigar. Porque tudo sempre termina em muita paz, muito carinho e muito amor”, concluiu o presidente.