As medidas do Botafogo após Uruguai vetar torcida visitante contra Peñarol
Clube alvinegro aciona Itamaraty, Ministério do Esporte e Polícia Federal enquanto espera posicionamento oficial da Conmebol
O Botafogo ainda espera um posicionamento oficial da Conmebol depois de o ministro do Interior do Uruguai, Nicolás Martinelli, anunciar que a partida de volta da semifinal da Libertadores contra o Peñarol será disputada exclusivamente com a presença de torcedores do time de Montevidéu.
A diretoria do clube brasileiro se manifestou na tarde desta quarta-feira reafirmando a confiança na entidade máxima do futebol sul-americano para tomar a melhor decisão. Em paralelo, já acionou o Itamaraty, o Ministério do Esporte e a Polícia Federal para garantir a segurança dos alvinegros que viajarem ao país vizinho. Cerca de 2.000 botafoguenses compraram ingressos para o jogo.
O comunicado divulgado pelo Botafogo também contém críticas às falas e atitudes dos dirigentes do Peñarol desde a semana passada, que, na visão da diretoria alvinegra, só serviram para “inflamar” ainda mais os torcedores do time uruguaio, em um momento em que a prioridade deveria ser acalmar os ânimos.
Segundo o ministro do Interior do país vizinho, a decisão de vetar botafoguenses no estádio Campeón del Siglo se baseia em investigações policiais mostrando que “os acontecimentos ocorridos na cidade do Rio de Janeiro” na semana passada – quando quase 300 torcedores do Peñarol foram detidos depois de saquear quiosques de praia e incendiar motos e um ônibus – “aumentaram o clima hostil, que não fazem mais que pôr em evidência o alto risco que supõe a disputa do referido encontro desportivo com ambas as torcidas”.
O que a Conmebol pode fazer
Agora, dirigentes do Botafogo acreditam que a Conmebol tenha quatro caminhos possíveis. O primeiro seria contrariar a decisão do governo uruguaio e exigir do Peñarol a garantia de presença da torcida visitante. O segundo seria decidir que as equipes joguem a semifinal com portões fechados. Ambos são vistos como improváveis.
A terceira opção para a Conmebol, que o clube brasileiro enxerga como mais diplomática, seria transferir a partida para outro país (o Paraguai, por exemplo) e adiá-la para a semana que vem. A quarta alternativa é acatar o veto à torcida botafoguense.
Nesse último caso, a diretoria alvinegra precisaria avaliar como responder diante do prejuízo esportivo ao time, que disputaria a partida de volta em condições desiguais – na ida, na quarta passada, cerca de 4.000 torcedores do Peñarol compareceram ao jogo no Estádio Nilton Santos, que terminou em uma goleada de 5 a 0 para o Botafogo.