O ministro da Educação, Abraham Weintraub, está com as horas contadas no governo. Auxiliares de Jair Bolsonaro confirmaram há pouco ao Radar que o pedido de demissão do ministro é aguardado pelo Planalto, o que deve ocorrer até esta quinta-feira.
As negociações em torno da demissão do ministro da Educação ocorrem ao longo dessa tarde. Pela manhã, Weintraub não foi à posse do novo ministro das Comunicações, Fábio Faria.
O principal nome para ocupar o lugar dele no MEC é o de Carlos Nadalim, atual secretário de Alfabetização do ministério. O ministro demissionário, no entanto, não ficará na chuva. Ele será nomeado para outra função no governo.
A saída de Weintraub, como o Radar vem mostrando, era dada como certa pelo núcleo duro de Bolsonaro há semanas, quando emissários do presidente informaram a integrantes do Judiciário que o ministro sairia.
Isolado dentro e fora do governo, Weintraub decidiu usar a militância bolsonarista para pressionar o próprio presidente a não exonera-lo. Primeiro foram os ataques de Olavo de Carvalho e, depois, a chantagem emocional dos filhos e o barulho de poucos militantes.
Na campanha para posar de vítima do sistema — e, claro, do próprio Bolsonaro, que entregaria sua cabeça aos “vagabundos” que ele já nomeou na reunião de 22 de abril –, o ministro cometeu dois grandes pecados, que não passaram despercebidos no Planalto.
Primeiro, ensaiou imitar Bolsonaro, ao sair carregado da PF por apoiadores. Segundo, saiu às ruas em domingo confraternizar com manifestantes enquanto Bolsonaro permanecia no Planalto.
Nesta quarta, o ministro divulgou um balanço de gestão no MEC já em clima de despedida, incluindo missões dadas por Bolsonaro como as escolas militares, que ele não conseguiu implementar a contento.