Jair Bolsonaro teve contato direto, pessoal, com pelo menos 50 pessoas nos últimos 8 dias. Nesse período, o presidente se reuniu oficialmente — registrado na sua agenda do palácio — com 37 convidados no Planalto, contabilizados nessa relação 17 ministros, quatro deputados, secretários do governo e outras figuras.
A lista dos que efetivamente estiveram com o presidente, no entanto, é maior que a registrada na agenda. Na semana passada, por exemplo, Bolsonaro recebeu um grupo de cinco dirigentes de clubes de futebol, mas na agenda oficial aparece apenas o nome do presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte.
No último final de semana, o presidente foi a Santa Catarina, onde visitou cidades que registraram estragos pela passagem do ciclone. Lá, aglomerou e cumprimentou pessoas.
No almoço com o embaixador americano, Todd Chapman, no domingo, Bolsonaro se aproximou de outros frequentadores da embaixada. Na “comitiva” brasileira, além de ministros, estava seu filho e deputado Eduardo Bolsonaro.
Outro deputado que esteve com Bolsonaro é Osmar Terra (MDB-RS), médico que tem minimizado os efeitos da Covid-19 desde o início da pandemia.
Tem parlamentar que esteve com Bolsonaro, mas seu nome não apareceu na agenda. É o caso de Rogério Peninha (MDB-SC), que anunciou que fará o teste da Covid-19 depois que o presidente anunciou que está contaminado.
“Estive com o presidente nos últimos dias. Como ele testou positivo, farei também o exame. Estou bem, assintomático, mas farei por garantia”, postou Peninha.
O presidente da Embratur, Gilson Machado, que tocou sanfona em duas lives ao lado do presidente na semana passada está na lista dos prováveis candidatos ao exame de covid. O nome da intérprete de libras, que se senta ao lado do presidente nessas transmissões, também não consta em agenda, assim como as dezenas de seguranças que vivem a rodear o presidente.
Alguns ministros estiveram mais de uma vez com Bolsonaro nos últimos dias. Paulo Guedes foi pelo menos quatro vezes ao encontro presencial com o presidente.
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, que esteve com o presidente no almoço na embaixada dos Estados Unidos, irá fazer o teste.
A assessoria dele informou que essa iniciativa não é por causa de Bolsonaro, mas porque teve contato ontem com um servidor contaminado com o vírus.