Não há um único dia nessa crise do coronavírus, que já matou mais de 200 brasileiros, que o presidente Jair Bolsonaro, pago pelos brasileiros, não levante da cama para, de alguma forma, atrapalhar o trabalho das autoridades e tumultuar o ambiente político no país. É fato que o presidente defende o que acredita, quando fala contra o mundo e o isolamento social. Ele vê seu capital político em risco por causa da crise econômica que começa a se revelar na esteira do vírus e tenta reagir. Mas erra sistematicamente na forma.
Nesta terça, depois do pronunciamento em que Bolsonaro pediu união e a formação de um pacto pela vida com governadores, prefeitos e autoridades do Legislativo e do Judiciário, parecia que o presidente daria uma trégua ao país.
A manhã de quarta chegou com Bolsonaro espalhando um vídeo fake para atacar os governadores e amedrontar a população com o fantasma do desabastecimento de alimentos em plena pandemia.
Com um post nas redes sociais, Bolsonaro implodiu o pacto que propôs, enfraqueceu o trabalho preventivo do governo, que pede às pessoas para ficarem em casa, e colocou o Ministério da Agricultura e o governo de Minas Gerais para trabalharem de modo a desafazer seus erros. Isso num momento em que a ministra Tereza Cristina e sua equipe se esforçam para coordenar a produção nacional de alimentos e manter tudo funcionando.
Bolsonaro escolhe atrapalhar, quando poderia ajudar e muito o país e o seu próprio discurso de defesa dos pobres ao sancionar a medida que libera os R$ 600 ao povo mais pobre.