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Câmara aprova projeto de Lira para punir brigões com suspensão de mandato

Caberá à Mesa Diretora da Casa representar contra deputados no Conselho de Ética, que terá três dias úteis para decidir sobre afastamento

Por Nicholas Shores Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 jun 2024, 19h06 - Publicado em 12 jun 2024, 18h48

A Câmara aprovou nesta quarta-feira, por 400 votos a 29 e uma abstenção, o projeto de resolução apresentado pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), para punir deputados brigões com afastamento de até seis meses.

Lira levou as novas regras à votação depois de André Janones (Avante-MG) e Nikolas Ferreira (PL-MG) começarem um bate-boca no Conselho de Ética e percorrerem corredores da Câmara prestes a engatar em uma pancadaria na semana passada.

O Radar já havia mostrado que o empurra-empurra iniciado pelos deputados mineiros e a crise de falta de ar de Luiza Erundina (PSOL-SP) durante um debate em outra comissão no mesmo dia foram a gota d’água para líderes cobrarem maior rigor de Lira pela preservação de padrões mínimos de civilidade na Câmara.

O que diz a resolução

Agora, com as mudanças no regimento interno da Casa, a Mesa Diretora comandada por Lira ganhou a prerrogativa de propor a suspensão do mandato de deputados que quebrarem o chamado decoro parlamentar por até seis meses.

A representação da Mesa será encaminhada imediatamente ao Conselho de Ética, que terá até três dias úteis para decidir, em votação, se afasta o deputado. 

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O relator do projeto de resolução, Domingos Neto (PSD-CE), amenizou a versão original proposta pelo presidente da Câmara, que dava à Mesa Diretora o poder de afastar deputados cautelarmente já de início e, só então, submeter a suspensão de mandato ao Conselho de Ética.

Na versão aprovada, se o colegiado confirmar a suspensão, o deputado poderá apresentar recurso para levar a votação ao plenário da Câmara. Se o Conselho de Ética rejeitar a representação, é a Mesa Diretora que tem a possibilidade de recorrer da decisão.

No plenário da Casa, será necessária maioria absoluta dos votos (ao menos 257) tanto para ratificar a suspensão quanto para rejeitá-la.

A resolução que a Câmara aprovou nesta quarta também confere aos presidentes de comissão e do Conselho de Ética “as mesmas prerrogativas relativas à manutenção da ordem conferidas ao Presidente da Câmara dos Deputados no âmbito das sessões do Plenário”.

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