‘Chega de petrolão, rachadinha e orçamento secreto’, diz Moro
Agora filiado ao Podemos, ex-juiz alfinetou Lula e Bolsonaro, seus prováveis adversários em 2022
O ex-juiz Sergio Moro usou seu discurso de filiação ao Podemos, na manhã desta quarta em Brasília, para criticar seus futuros adversários na corrida eleitoral à presidência no ano que vem, mais precisamente Jair Bolsonaro e Lula. Segundo o presidenciável, que agora se apresenta como postulante à terceira via em 2022, ele foi aconselhado a não falar de corrupção em seu discursos de estreia no partido, mas disse que isso seria impossível.
“É um projeto para termos um governo de leis que age em benefício de todos e não apenas de alguns. Chega de corrupção, chega de mensalão, chega de petrolão, chega de rachadinha. Chega de orçamento secreto. Por fim, chega de querer levar vantagem em tudo e enganar a população”, disse Moro, sem citar nominalmente seus rivais. A plateia reagiu principalmente quando Moro falou a palavra rachadinha e quando incluiu a menção ao “orçamento secreto”. Este último termo não estava na íntegra do discurso distribuído à imprensa.
Moro disse que combater a corrupção não é “um projeto de vingança ou de punição”, mas um o “projeto de justiça na forma da lei”. “Precisamos falar sobre corrupção. Muitos me aconselharam a não falar sobre o assunto, mas isso é impossível. [Combater a corrupção] É impedir que as estruturas de poder sejam capturadas e dessa forma viabilizar as reformas necessárias para melhorar a vida das pessoas”, disse o ex-ministro.
O presidenciável disse ainda que é preciso acabar com a pobreza e erradicar a miséria, bandeiras históricas de Lula. Durante sua fala, ele disse que seu “projeto de governo” está em formulação. Assim que subiu ao palco, no meio da manhã, Moro foi saudado pela plateia como futuro presidente. “Brasil, pra frente, Moro presidente”, gritaram os presentes.