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Cid delatou à PF como Carlos Bolsonaro mandava no ‘gabinete do ódio’

O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que o vereador "ditava" o que assessores do pai teriam que colocar nas suas redes sociais

Por Gustavo Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 fev 2025, 12h49 - Publicado em 19 fev 2025, 12h29

Em um dos depoimentos à Polícia Federal para fechar o acordo de colaboração premiada, Mauro Cid afirmou que os “três garotos” que integravam o chamado “gabinete do ódio” durante o governo de Jair Bolsonaro eram subordinados ao filho “zero dois” do ex-presidente, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro. Segundo o ex-ajudante de ordens, era Carlos que “ditava o que eles teriam que colocar, falar” em redes sociais do pai — no Instagram, no Twitter e no Telegram.

A oitiva foi realizada no dia 28 de agosto de 2023 e consta do primeiro de quatro volumes da delação de Cid — que teve o sigilo retirado nesta quarta-feira pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, horas depois de o procurador-geral da República, Paulo Gonet, oferecer denúncia contra Bolsonaro e mais 33 aliados, na noite desta terça.

Nem Carlos nem os três assessores do então presidente que integravam o “autointitulado GDO” — Tércio Arnaud, José Mateus e Mateus Sales Gomes — foram denunciados pelo chefe da PGR nesta terça.

No início do depoimento, a PF apontou que investigava a “atuação estruturada” para a criação e repercussão de ” notícias não lastreadas ou conhecidamente falsas com o objetivo de atacar  integrantes de instituições públicas, desacreditar o processo eleitoral brasileiro, reforçar o discurso de polarização; gerar animosidade dentro da própria sociedade brasileira, promovendo o descrédito dos poderes da República”. Ao ser indagado sobre os fatos apurados, Cid respondeu que “esse gabinete do ódio, basicamente eram três garotos”, que estavam dentro da assessoria do ex-presidente desde o início do governo, em 2019.

O tenente-coronel do Exército afirmou ainda que o trio acompanhava as mídias sociais de Bolsonaro, “ligados” com Carlos, com quem “tinham relação direta”. E confirmou que havia relação de “subordinação” entre eles e o vereador.

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O então presidente tomava conta do seu perfil no Facebook, enquanto seu filho cuidava das outras redes — com o auxílio dos assessores. Segundo Cid, eles “sentiam a temperatura das redes sociais e tentavam colocar matérias que davam engajamento, de alguma forma, dentro do grupo, e tinham contatos com pessoas, com influenciadores que replicavam as postagens”.

Os três, inclusive, “às vezes brigavam” com Bolsonaro porque ele publicava coisas que não queriam. Carlos, por sua vez, não queria que as mídias sociais do pai fossem “enfadonhas”. O ex-ajudante de ordens do ex-presidente cofirmou que os assessores ficavam em uma “salinha pequena”, sem janela, no terceiro andar do Palácio do Planalto, o mesmo do gabinete presidencial.

Questionado sobre a atuação do grupo em relação aos ataques ao sistema eletrônico de votação, Cid respondeu que a desconfiança nas urnas eletrônicas “sempre foi uma pauta do ex-presidente”, que sempre defendeu o voto impresso e foi “muito autêntico com isso”. “O que ele achava ele colocava na rede dele”, declarou.

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Também de acordo com o delator, o ex-presidente era o responsável por enviar ou encaminhar mensagens pelo celular, no aplicativo WhatsApp, entre elas ataques a ministros do STF.

Leia a seguir o trecho do termo de depoimento que cita Carlos:

A Polícia Federal conduz investigação que apura a atuação estruturada dos investigados, por meio do autointitulado GDO (“gabinete do ódio”), consistente na criação e a repercussão de notícias não lastreadas ou conhecidamente falsas com o objetivo de atacar integrantes de instituições públicas, desacreditar o processo eleitoral brasileiro, reforçar o discurso de polarização; gerar animosidade dentro da própria sociedade brasileira, promovendo o descrédito dos poderes da república, além de outros crimes.

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Nesse sentido, INDAGADO sobre os elementos que têm conhecimento em relação aos referidos fatos investigados, respondeu QUE de maneira geral, bem superficial, esse gabinete do ódio, basicamente eram três garotos, que eram assessores do ex-Presidente JAIR BOLSONARO; QUE os garotos eram o Tércio Arnaud, José Mateus, e Mateus; QUE não sabe o nome completo; QUE eles estavam dentro da estrutura da assessoria do ex-presidente, nomeados formalmente, desde o inicio do governo, em 2019; QUE acha que dois deles já estavam bem antes de Jair Bolsonaro ser presidente; QUE basicamente eles que ficavam fazendo o acompanhamento das mídias sociais, ligados com o CARLOS BOLSONARO; QUE eles tinham relação direta com o CARLOS BOLSONARO; INDAGADO se havia relação de subordinação entre eles e CARLOS BOLSONARO, respondeu QUE sim; QUE era o Carlos BOLSONARO que ditava o que eles teriam que colocar, falar; QUE basicamente, o que acontecia era que o ex-presidente tomava conta de sua rede social Facebook; QUE CARLOS BOLSONARO tomava conta das outras redes do ex-Presidente (lnstagram, o Twitter e os outros); QUE o ex-Presidente todo dia de manhã queria postar alguma coisa no Facebook, e às vezes o CARLOS replicava nas outras redes; INDAGADO se o Facebook era responsabilidade do próprio ex-presidente, e se o Twitter e lnstagram eram administrados por esse grupo e CARLOS, respondeu QUE sim; QUE então o que eles faziam basicamente ali, eles sentiam a temperatura das redes sociais e tentavam colocar matérias que davam engajamento, de alguma forma, dentro do grupo, e tinham contatos com pessoas, com influenciadores que replicavam as postagens; INDAGADO se eles já faziam contato com os influenciadores para eles replicarem aquilo que eles queriam que se tornasse noticia, responde QUE sim; QUE as vezes eles não encaminhavam noticias, mas sim ideias ou adotar um determinada direção;

QUE eles tinham uma sensibilidade grande de saber o que dava o engajamento e o que não dava; QUE às vezes eles brigavam com o ex-Presidente porque o Presidente publicava coisas que eles não queria; QUE principalmente CARLOS BOLSONARO não queria que as mídias sociais do Presidente fossem aquelas mídias enfadonhas; INDAGADO acerca da localização física do gabinete, respondeu QUE ficava no terceiro piso do Palácio Planalto; QUE era uma salinha pequenininha; QUE não sabe o número da sala: QUE ficavam os três nessa sala; QUE a sala não tinha nem janela: INDAGADO se havia controle de entrada e saída nessa sala, respondeu QUE não; INDAGADO se era próximo ao gabinete do Presidente respondeu, QUE sim; QUE ficava no mesmo andar, INDAGADO acerca da atuação desse grupo no sentido de desacreditar determinadas pessoas que fossem contrárias aos seus interesses respondeu QUE não sabe detalhes do que eles publicavam, como eles faziam; QUE especificamente em relação aos ataques ao sistema eletrônico de votação, respondeu: QUE a desconfiança nas urnas eletrônicas, no sistema eleitoral, sempre foi uma pauta do ex-presidente; QUE ele sempre quis que tivesse uma impressora ali ao lado para imprimir; QUE o presidente sempre foi muito autêntico com isso: QUE o que ele achava ele colocava na rede dele; INDAGADO se todas essas postagens já identificadas, de telefones celulares, que outras pessoas têm, que receberam de telefones em nome do ex-Presidente JAIR BOLSONARO, eram encaminhadas por ele ou por seus assessores, respondeu: QUE o ex-Presidente JAIR BOLSONARO era o responsável pelas mensagens; QUE ele encaminhava diretamente a seus contatos: QUE ele que usava diretamente o seu celular; INDAGADO acerca de notícias falsas identificadas envolvendo empresários, recebendo do telefone do Presidente, respondeu QUE foi o ex-Presidente que encaminhou as mensagens: QUE às vezes ele recebia de alguém e encaminhava para quem ele queria; INDAGADO sobre ataques a ministros STF, identificados na investigação, encaminhado por meio do telefone do ex-Presidente JAIR BOLSONARO, responde: QUE era o ex-Presidente que encaminhava diretamente; INDAGADO se quem manuseava o celular era o próprio Presidente respondeu QUE sim; QUE “normalmente ele encaminhava coisas que ele recebia de outros”; INDAGADO se esse grupo GDO encaminhava coisas para o ex-Presidente, para ele publicar, ou para ele repassar para outras pessoas, respondeu QUE sim; QUE muita gente encaminhava um monte de coisa para o ex-Presidente: INDAGADO sobre as pessoas que Integravam esse gabinete, no período que aconteciam as reuniões na casa de ALLAN DOS SANTOS, em Brasília, respondeu QUE não sabe dizer se eles participavam; QUE o presidente não participava; QUE ratifica que o ex-Presidente JAIR BOLSONARO era responsável por publicar as notícias no seu Facebook e WhatsApp; QUE quanto ao papel de Carlos Bolsonaro, ele controlava o que deveria ser postado no Twitter, lnstagram e Telegram; QUE CARLOS BOLSONARO também mexia no Facebook;

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