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Comissão Arns aciona Augusto Aras no STF

Entidade de defesa dos direitos humanos diz que PGR cometeu crime comum

Por Lucas Vettorazzo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 20 ago 2021, 17h59 - Publicado em 20 ago 2021, 17h18

A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns protocolou nesta sexta-feira no STF uma representação contra o procurador-geral da República, Augusto Aras, acusando-o de prevaricação, que é quando o servidor público deixa de cumprir obrigações exigidas para o seu cargo. 

Em petição enviada ao presidente do Supremo, ministro Luiz Fux, a entidade pede que seja aberto um inquérito para investigar a prática de crime comum pelo chefe da PGR. 

A comissão alega que Aras se omitiu ao arquivar ou não abrir investigações sobre falas e atitudes do presidente Jair Bolsonaro. O documento destaca as falas golpistas do presidente que ficaram sem resposta à altura e também os seguidos ataques de Bolsonaro à ciência e às regras sanitárias da pandemia.  

Nesse último tema, a comissão avalia como ações graves que não tiveram reação enérgica do PGR o incentivo do uso de cloroquina pelo Ministério da Saúde, a propaganda publicitária do governo contra a obediência das medidas de isolamento social, a abertura de templos religiosos no período mais grave da pandemia e a inação federal na crise da falta de oxigênio em Manaus. 

A comissão também diz considerar grave o silêncio de Aras em relação às falas golpistas de Bolsonaro e de seus ministros militares. A entidade também cita o episódio da demissão do ex-ministro Sérgio Moro e a ingerência do Planalto na Polícia Federal, que Aras não teria se envolvido. 

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E por fim, a comissão acusa Aras de blindagem, agindo “mais como advogado pessoal do presidente do que como promotor de justiça”. 

“O senhor procurador-geral da República não tem cumprido seu papel de guardião da Constituição e das leis. Ao contrário, tem instrumentalizado politicamente a ampla discricionariedade que lhe é conferida pela Constituição, de forma a subverter as funções de seu cargo, atuando mais como um guardião do próprio governo e de seus integrantes, do que efetivamente cumprindo com seus deveres institucionais”, diz a comissão.

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