A construção da Federação de Esquerda, liderada pelo ex-presidente Lula, parece ainda estar longe de deslanchar.
Além da dificuldade de consenso entre as siglas que entrariam no grupo — PSB, PCdoB, PV, PSOL e Rede –, há resistência dentro do próprio partido — grande parte da velha guarda do PT é sumariamente contra o casamento entre Lula e Alckmin na disputa à presidência.
Nesta semana, José Genoíno foi às redes criticar a criação da federação e defendeu o resgate do antigo hegemonismo do PT.
“O PT tem que recuperar as suas identidades, a sua força, e não se diluir numa federação à direita (…) ‘federação’ confunde, descaracteriza, e quebra o que é fundamental na disputa política”, publicou o ex-presidente da sigla.
Genoíno disse ainda que o PT, enquanto aglutinador dos partidos de esquerda e movimentos populares, deveria encabeçar uma “frente democrática popular anti neoliberal“, sem perder o núcleo programático do partido, com sigla e número históricos.
A cúpula petista se reúne nesta quinta-feira, em São Paulo, para decidir o que fazer: se aprova imediatamente o projeto de federação, sem consulta prévia aos filiados, ou se adia para tentar obter algum consenso.