O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, participa nesta quinta-feira da CPI do MST. Ele havia desistido de ir à Comissão, mas voltou atrás. Antes do recuo, o relator da Comissão, Ricardo Salles (PL-SP) foi às redes sociais chamar o ministro de “fujão”.
Em acordo entre deputados da base e da oposição da CPI, os requerimentos de convocação dos ministros foram trocados por convites, o que torna a presença não obrigatória. Após quebras no combinado por ambos os lados, Rui Costa, da Casa Civil, foi convocado, mas não foi ao Congresso amparado em decisão de Arthur Lira.
Na primeira hora de depoimento, o ministro e o relator trocaram farpas e pouco foi discutido sobre a atuação do MST. Fávaro fez referênias a reunião ministerial de Jair Bolsonaro em que Salles, quando ministro do Meio Ambiente, disse em 2022, que as atenções voltadas à pandemia de Covid-19 era uma boa oportunidade para mudar as regras ambientais e “passar a boiada” de produções descomprometidas com parâmetros sustentáveis.
“Aqueles (agricultores) que querem transgredir aqueles que querem desmatar legalmente, passar a boiada, botar fogo, queimar, tem que ser punidos com os rigores da lei”, disse Fávaro.
“Eu não tenho vergonha nenhuma de dizer isso. Primeiro, porque eu sou muito amigo da pecuária, então eu acho que passar a boiada é algo muito positivo. Segundo, que o senhor quando era senador, cansou de ir no meu Ministério da boiada fazer defesa de produtores rurais do seu estado e pedir favores para o seu estado”, respondeu Salles, se referindo ao período em que Fávaro era Senador por Mato Grosso.
O requerimento para a ida de Fávaro à Comissão é do deputado Evair Mello (PP-ES) e diz que o motivo da oitiva é explicar a reação do governo Lula sobre as ordens do líder nacional do MST, João Pedro Stédile, que prestou depoimento à CPI nesta semana.
“Prestar esclarecimentos sobre as providências adotadas pelo Ministério diante do anúncio do líder do MST, João Pedro Stedile, de promover ocupações de terras em todo o Brasil, bem como demais assuntos envolvendo a pasta e os outros movimentos sociais”, diz o documento.