CPMI ouve Careca do INSS, tido pela PF como principal operador de esquema

A CPMI do INSS interroga nesta quinata-feira, 25, o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, apontado pela Polícia Federal (PF) como o principal operador do esquema bilionário de desvios de aposentadorias.

Confusão

Em sua primeira fala, Antunes negou qualquer irregularidade e disse que responderia as questões dos parlamentares, mas não a do relator, Alfredo Gaspar (União-AL). O Careca do INSS alegou que o deputado não era imparcial por já tê-lo chamado de “ladrão” em outra sessão da comissão. Ao receber a palavra, Gaspar se referiu ao lobista como o “autor do maior roubo aos aposentados da história do Brasil”. A declaração deu inicial a uma confusão na audiência, que contou com bate-boca entre o advogado do Careca do INSS e o deputado Zé Trovão (PL-SC). O tumulto interrompeu a sessão por alguns minutos.

Acusações

O relatório da PF que embasou a megaoperação Sem Desconto, em abril, afirma que Antunes era um dos responsáveis por obter, ilegalmente, informações sigilosas de segurados do INSS e pode ter recebido mais de 53 milhões de reais de associações envolvidas nas fraudes.

“Os dados das investigações mostram que Antônio Carlos realizou repasses de 9 milhões de reais a servidores do INSS”, diz o vice-presidente da CPMI, deputado Duarte Júnior (PSB-MA).

A expectativa para o depoimento do Careca do INSS, segundo o presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), é descobrir onde está o dinheiro extraviado pelo grupo criminoso para devolvê-lo aos cofres públicos.

Antunes está preso desde o último desdobramento da operação Sem Desconto, em 12 de setembro. Nos dias seguintes à prisão, sua defesa confirmou que ele, ainda assim, compareceria à comissão de inquérito, mas o lobista desistiu em seguida.

Como mostrou o Radar, a PF apreendeu onze carros e três motos de luxo em nome do lobista e de suas empresas.

• CPMI do INSS