Dino diz que analisará crimes de Bolsonaro na pandemia com imparcialidade
Ministro afirma que, em tese, haveria delitos de autoridades com foro no Supremo: ‘dei encaminhamento normal nos termos da lei; não é uma escolha’
O ministro Flávio Dino, do STF, afirmou nesta terça-feira que vai analisar com “imparcialidade” crimes eventualmente imputados pela Polícia Federal e pela Procuradoria-Geral da República (PGR) a Jair Bolsonaro com base no relatório da CPI da Pandemia no Senado, que funcionou de abril a outubro de 2021.
“(O relatório) foi enviado ao Supremo porque, em tese, supostamente, haveria a participação e delitos de pessoas que teriam foro no Supremo, e eu dei um encaminhamento normal nos termos da lei. Não é uma escolha. É uma imposição legal”, declarou Dino a jornalistas no “3º Brasília Summit – LIDE | Correio Braziliense”, no Hotel Brasília Palace.
Aliados de Bolsonaro alegaram que Dino decidiu abrir agora o inquérito com base no trabalho da CPI como uma reação ao avanço das discussões no Congresso sobre um projeto de lei da anistia ou da “dosimetria”, este último para reduzir penas dos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023.
“O que eu posso garantir é imparcialidade, respeito ao devido processo legal, como tudo que está sendo feito na apuração de outros crimes, de outros eventos, sempre muita ponderação, equilíbrio, moderação e para que as outras instituições, inclusive as defesas, possam fazer o seu trabalho em favor do esclarecimento da verdade”, afirmou Dino.
Para o ministro do STF, a Polícia Federal, a partir do relatório da CPI, “vai fazer um bom trabalho de apuração, separando o joio do trigo e fixando condições para que posteriormente o Supremo venha a julgar” os eventuais crimes imputados pela atuação de agentes públicos e privados na pandemia.







