Disputa pelo Senado: candidatos insones
Pimentel ou Itamar? Cesar Maia, Crivella, Picciani ou Lindberg? Netinho, Marta, Aloysio ou Tuma? Marco Maciel ou Armando Monteiro? Ana Amélia, Rigotto ou Paim? A lista de dúvidas poderia ir além de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Chegaria fácil aos 27 estados que vão às urnas no […]
Pimentel ou Itamar? Cesar Maia, Crivella, Picciani ou Lindberg? Netinho, Marta, Aloysio ou Tuma? Marco Maciel ou Armando Monteiro? Ana Amélia, Rigotto ou Paim?
A lista de dúvidas poderia ir além de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Chegaria fácil aos 27 estados que vão às urnas no dia 3. Faltam duas semanas para as eleições e, de acordo com as pesquisas, metade dos brasileiros ainda não escolheu pelo menos um dos dois candidatos ao Senado.
É dura a vida dessa turma – a do eleitor também é, mas este é outro assunto. Apesar da importância do cargo, o eleitor trata-os como coadjuvantes na disputa.
Seja porque o foco do brasileiro é jogado nas campanhas para presidente e para governador, seja porque o brasileiro não tem a menor idéia do que faz um senador – ou para que serve aquele salão coberto por uma cúpula que lembra um prato virado para baixo.
Veja-se o caso de Aloizio Mercadante, agora candidato ao governo de São Paulo. As pesquisas do PT são cristalinas quando detectam que o paulista não tem a menor idéia do que Mercadante fez (ou deixou de fazer) em seus oito anos como senador.
O cenário é ainda mais complicado quando o que está em disputa é a renovação de dois terços do Senado. É a eleição mais imprevisível. Até porque de oito em oito anos, religiosamente, o brasileiro vota em dois senadores, mas se esquece disso também religiosamente – e parece só descobrir a “novidade” quase na boca da urna.
Tradicionalmente, o segundo voto é definido entre poucos dias antes e já perto do posto de votação. Neste caso, um candidato que esteja num longínquo terceiro lugar uma semana antes do pleito, pode crescer arrasadoramente nos últimos dias.
Melhor ainda se esse candidato possuir uma máquina forte no estado – ou se estiver abrigado numa chapa que vai eleger o governador e o presidente da República, por exemplo. Por isso, tantas são as escaladas retumbantes de última hora.
No Rio de Janeiro, há um caso exemplar para um cenário de virada. O Datafolha publicado ontem mostra quatro candidatos com chances, Marcelo Crivella (40%), Lindberg Farias (38%), Cesar Maia (27%) e Jorge Picciani (21%).
Não é difícil imaginar um quadro em que o lanterna Picciani cresça e eleja-se junto com Lindberg. Basta que Sergio Cabral, que deve levar a eleição para o governo do Rio já no primeiro turno, em vez de pedir votos apenas para Picciani em seus programas de TV, passe a pedir ao seu eleitor que vote em Lindberg e Picciani. Deste modo, eliminaria a chance de o segundo voto de Picciani ou de Lindberg fluir, por exemplo, para Crivella. (A propósito, desde ontem Cabral já está agindo desta maneira).
De acordo com o Datafolha, raros são os candidatos que podem dormir tranqüilos. Para ser mais exato, nos sete estados e no DF onde a pesquisa foi feita, apenas Aécio Neves pode de fato se dar a este luxo. O resto vai ficar insone até o dia 3.