Durante boa parte da campanha que agora acabou, um incômodo se instalou na relação entre Dilma Rousseff e Fernando Pimentel, de longe o petista mais ligado à presidente.
O motivo foi a decisão dos marqueteiros de Pimentel de, no início da campanha, sumir com Dilma da propaganda de TV e rádio, de cartazes, jingles etc. A ideia era não entrar no confronto Dilma versus Aécio Neves, que poderia afastar o eleitor mineiro da candidatura de Pimentel logo de cara.
Pimentel chancelou a operação do marketing de sua campanha. Mas Dilma não se conformava.
No dia 20 de agosto, num evento em Belo Horizonte, onde fora visitar escolas do Pronatec, Dilma puxou Pimentel num canto. Juntando sua irritação natural com a intimidade que tem com o amigo de quase cinco décadas, Dilma despejou sua indignação.
Pimentel, com diplomacia, pediu paciência:
– Dilma, o Aécio é muito forte aqui. O momento não é agora.
Um mês depois, quando a vitória de Pimentel ao governo de Minas parecia assegurada e Aécio penava com a ascensão de Marina Silva, Dilma apareceu na propaganda do amigo para não mais sair.