Eduardo Bolsonaro admite atuar para boicotar senadores brasileiros nos EUA
Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro volta a colocar a anistia dos culpados pelo 8 de Janeiro como condição para negociar o tarifaço com Trump

O deputado Eduardo Bolsonaro afirmou abertamente, em entrevista ao SBT News, que trabalha para boicotar a missão de senadores brasileiros que está nos Estados Unidos para reuniões com empresários e congressistas americanos que possam facilitar uma negociação do governo Lula com a Casa Branca de Donald Trump sobre o tarifaço previsto para entrar em vigor na sexta-feira, 1º de agosto.
“Trabalho para que eles não encontrem diálogo, porque eu sei que, vindo desse tipo de pessoa, só virão acordos desse tipo meio-termo, que não é nem certo nem errado. Eu sei o que é certo. Não é dar dezessete anos de cadeia para as velhinhas. Eu quero a liberdade dessas pessoas. E o meio termo é o que? Oito anos, cinco anos?”, disse Eduardo à emissora, novamente colocando a anistia aos culpados pelo 8 de Janeiro como condição para uma negociação.
O presidente da comitiva, Nelsinho Trad (PSD-MS), já declarou que a missão tem caráter “suprapartidário, institucional e estratégico”. Como exemplo disso, estão na composição tanto o líder do governo Lula no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e o líder da bancada petista, Rogério Carvalho (SE), como Tereza Cristina (PP-MS) e Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), dois ex-ministros do governo de Jair Bolsonaro.
Questionado sobre os ataques de Eduardo à missão, Trad afirmou a jornalistas em Washington que não vai “entrar em bate-boca”.
Ao SBT News, o deputado que se diz em “autoexílio” nos EUA declarou que trabalha “por princípios”, não para ganhar seguidores nas redes sociais. Logo em seguida, emendou: “Mas as minhas redes sociais estão aumentando. Se você for nas redes sociais destes senadores você vai ver que existe uma crítica muito forte porque ninguém aguenta mais este tipo de situação. A gente não tá mais no tempo de ficar encontrando meio termo como se a gente estivesse em tempos de paz. Nós estamos em guerra e é tudo ou nada.”