Fusão com Podemos será renascimento para o PSDB, diz líder da sigla em SP
Tucanos aprovaram nesta terça, por unanimidade, convocação de convenção que deverá definir junção das legendas

Prefeito de Santo André (SP) e presidente do PSDB em São Paulo, Paulo Serra afirmou nesta terça-feira que o processo de fusão do partido ao Podemos significa o “renascimento” dos tucanos.
“Foi um passo importantíssimo nesse momento histórico que o partido está vivendo. Aqueles que apostaram no fim do PSDB estão, agora, testemunhando o recomeço, o renascimento, de um movimento partidário importante para o Brasil e que vai trazer, não tenho dúvida, uma alternativa longe dos extremos, para os estados e para o país”, disse Serra.
Há poucas horas, a cúpula do PSDB aprovou, por unanimidade, a convocação de uma convenção do partido que deverá alterar seu estatuto para viabilizar a incorporação ao Podemos. A expectativa é que o evento aconteça no dia 5 de junho.
A decisão dos tucanos foi recebida com entusiasmo pela presidente nacional do Podemos, Renata Abreu. “Essa sinalização fortalece o caminho que já vínhamos construindo, pautado pelo diálogo, respeito mútuo e pela busca de uma alternativa sólida para o Brasil”, afirmou a deputada.
Apelo a Eduardo Leite
Durante a reunião que marcou a aprovação unânime do PSDB pela fusão com o Podemos, diversos líderes tucanos fizeram um “apelo” a Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, para que ele lidere um projeto nacional da nova sigla.
Caso a fusão se concretize, Leite, que é o atual governador do Rio Grande do Sul, é o maior cotado pelas duas legendas para se lançar como uma alternativa, nas eleições nacionais de 2026, ao eleitor que rejeita escolher entre candidatos petistas e bolsonaristas.
Na última terça-feira, Leite compareceu a um jantar com o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo. Na ocasião, Perillo deu a ele garantias de total apoio à candidatura presidencial. No dia seguinte, o governador do Rio Grande do Sul se encontrou também com Renata Abreu, quando a estratégia foi novamente discutida.
A candidatura de Leite ao Planalto em 2026 poderá, no entanto, encontrar o um forte obstáculo: o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Na manhã desta terça, o secretário de Governo e Relações Institucionais de São Paulo e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, participou de um evento na Afresp, na capital paulista. Na ocasião, avaliou que, caso Tarcísio se lance à presidência, os partidos de centro-direita deverão se unir em uma candidatura única.
Sobre o tema, Paulo Serra disse à VEJA que existem muitas “condicionantes”, e que a candidatura de Tarcísio seria uma delas. Destacou, contudo, a necessidade de um “diálogo franco” entre as lideranças envolvidas na negociação.