Governo Lula reage a ameaças dos EUA ao STF e Moraes: ‘inaceitável’
Em nota, o Itaramaty afirma que 'deplora e rechaça' declarações indevidas de integrantes do governo de Donald Trump sobre STF e Moraes

O Itamaraty decidiu divulgar uma nota para rebater as ameaças de integrantes do governo dos Estados Unidos ao Brasil na esteira dos processos que envolvem Jair Bolsonaro no STF.
Nesta segunda, um funcionário do Departamento de Estado divulgou um texto nas redes com ataques ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes. A postagem foi replicada pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil e ampliou o tom de ameaça.
“O presidente Trump enviou uma carta impondo consequências há muito esperadas à Suprema Corte de Moraes e ao governo Lula por seus ataques a Jair Bolsonaro, à liberdade de expressão e ao comércio americano. Tais ataques são uma vergonha e estão muito aquém da dignidade das tradições democráticas do Brasil. As declarações do presidente Trump são claras. Estaremos observando atentamente”, disse o texto postado por Darren Beattie, auxiliar de Marco Rubio no governo Trump.
O mesmo material foi, na sequência, replicado pela Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, que está sob comando do encarregado de negócios Gabriel Escobar.
No texto do Itamaraty, o governo brasileiro afirma que “deplora e rechaça” manifestações do Departamento de Estado norte-americano e da embaixada dos Estados Unidos em Brasília “que caracterizam nova intromissão indevida e inaceitável em assuntos de responsabilidade do Poder Judiciário brasileiro”.
“Tais manifestações não condizem com os 200 anos da relação de respeito e amizade entre os dois países”, diz o Itamaraty.
Leia a nota:
Manifestações indevidas do governo norte-americano
O governo brasileiro deplora e rechaça, mais uma vez, manifestações do Departamento de Estado norte-americano e da embaixada daquele país em Brasília que caracterizam nova intromissão indevida e inaceitável em assuntos de responsabilidade do Poder Judiciário brasileiro. Tais manifestações não condizem com os 200 anos da relação de respeito e amizade entre os dois países.
No que se refere ao comércio, o Brasil vem negociando com autoridades norte-americanas, desde março, questões relativas a tarifas, de interesse mútuo, e está disposto a dar sequência a esse diálogo, em benefício das economias, dos setores produtivos e das populações de ambos os países. A equivocada politização do assunto não é de responsabilidade do Brasil, país democrático cuja soberania não está e nem estará jamais na mesa de qualquer negociação.