Greve de auditores retém mais de 50.000 encomendas em SP, dizem entidades
“Situação nos aeroportos de Viracopos e Guarulhos é especialmente crítica”, afirmam associações de comércio exterior, transporte e logística

Mais de 50.000 envios estão retidos em armazéns nos aeroportos de Viracopos, em Campinas, e Guarulhos por causa da greve dos auditores fiscais da Receita Federal, aguardando liberação, afirmam associações de comércio exterior, transporte e logística.
Em carta pedindo uma reunião com Fernando Haddad e o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, as entidades dizem que os atrasos, “que aumentam diariamente, expõem mercadorias a riscos de deterioração, perdas e danos, comprometendo de forma significativa o comércio internacional e a logística nacional”.
“Essa mobilização (dos auditores) tem comprometido severamente as operações de desembaraço aduaneiro, afetando de maneira alarmante a segurança e a eficiência das atividades de transporte expresso e internacional, que historicamente têm atuado como corredores de passagem aduaneira e não como armazenadores de carga”, escrevem.
O grupo de associações alerta que empresas brasileiras estão enfrentando dificuldades para cumprir prazos de entrega, que podem levar à rescisão de contratos internacionais e à substituição do Brasil por fornecedores de outros países.
“Os atrasos logísticos, não apenas impactam as empresas de transporte e logística, mas também afeta diretamente o comércio exterior brasileiro, prejudicando a competitividade do país no mercado global e comprometendo a eficiência das cadeias de exportação e importação”, declaram as entidades.
As associações também afirmam que, durante a chamada “operação padrão” dos auditores da Receita em 2022, o Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo (SINDASP) estimou os prejuízos para exportadores e importadores em 3 bilhões de reais no primeiro semestre daquele ano.
“Diante da gravidade do momento, as associações aqui destacadas, reforçam a necessidade de medidas urgentes e coordenadas para restabelecer a normalidade nas operações aduaneiras, assegurando o fluxo regular das remessas expressas e das operações de comércio exterior”, dizem.
Veja, abaixo, as entidades que assinam a carta:
- Associação Brasileira das Empresas de Transporte Internacional Expresso de Cargas (Abraec);
- Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA);
- Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol);
- Associação Brasileira de Transportadores Internacionais (ABTI);
- Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA);
- Associação Brasileira de Logística (Abralog);
- Brazil-U.S. Business Council (BUSBC);
- Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata);
- Instituto Livre Mercado (ILM);
- Junta de Representantes das Companhias Aéreas Internacionais do Brasil (JURCAIB).