Se já era muito difícil sair um acordo entre a Emílio e Marcelo Odebrecht, agora o desfecho amigável na Justiça — onde pai e filho brigam por um patrimônio milionário — parece ter se tornado quase impossível.
A empresa e Marcelo travam uma briga ja há alguns anos nos tribunais de São Paulo em torno da ação movida pela Odebrecht para bloquear as contas de Marcelo. Nos últimos meses, houve uma tentativa de construção de acordo para encerrar a guerra.
Fora do processo, Marcelo teve contato com representantes do pai. As conversas, de conteúdo informal, foram gravadas por ele sem que seus interlocutores fossem avisados. Depois, Marcelo juntou os diálogos no processo judicial acusando as partes de tentarem coagi-lo.
Com o ato, as pontes entre os dois grupos da família foram destruídas. Ninguém, do lado de Emílio, se sente confortável em falar com Marcelo.
As conversas visavam um tentativa de aproximação de pai e filho. As pessoas gravadas foram Luiz Mameri, Ernesto Baiardi e Leonardo Teles. Os dois primeiros delatores da Odebrecht. O último, advogado de confiança da família há anos.
Nenhum destes interlocutores tinha poder de fechar acordo, mas aceitaram conversar para ajudar no apaziguamento da briga que já dura vários anos.