Ao longo dos últimos quinze anos, o PT vem aprendendo de maneira dura que o peso da cadeira no Supremo é maior do que a gratidão pelo dono da caneta que escolheu seu ocupante.
Os ministros da corte indicados por Lula e Dilma Rousseff foram implacáveis com os processos de petistas que tramitaram na corte.
O último dos exemplos ocorreu na quarta (4), quando Rosa Weber, que chegou ao tribunal durante o governo Dilma, foi o fiel da balança para sacramentar a iminente prisão de Lula.
Antes, porém, durante o mensalão, José Dirceu já havia se afundado nas mãos de Fux, indicado pelo ex-presidente, e Joaquim Barbosa, escolha de Lula, varreu do mapa político e botou na cadeia uma penca de integrantes do núcleo duro do partido.
Nessa toada, os petistas precisarão escolher entre andar na linha ou aprender que a gratidão de um magistrado não entra em plenário.
A herança deixada por Dilma e Lula no Supremo tem vida longa. Se nenhum dos indicados ao STF pela dupla antecipar a aposentadoria e o PT não voltar ao poder para alçar novos juízes à corte, o último a sair de lá será Dias Toffoli.
Próximo presidente, ele tem 50 anos e como só precisará pendurar a toga daqui aos 75 anos, pode permanecer até 2043.
Além dele, há outros quadros jovens, como Luís Roberto Barroso (59 anos) e Luiz Fux (64), dupla que, nos sonhos do PT, deve uma contrapartida a Dilma por ter chegado onde estão.