Instituto mapeia iniciativas que fortalecem a democracia na América Latina
Estudo identificou 207 projetos voltados ao fortalecimento da presença de mulheres, pessoas negras, indígenas e LGBTQIA+ nos espaços de poder

O Instituto Update acaba de lançar um levantamento sobre iniciativas que fortalecem a democracia, ampliando a representatividade política na América Latina.
Batizado de “Mapeamento de iniciativas de apoio a lideranças políticas”, o estudo foi realizado em parceria com a Better Politics Foundation e identificou 207 projetos voltados ao fortalecimento da presença de mulheres, pessoas negras, indígenas e LGBTQIA+ nos espaços públicos de poder.
Além do mapeamento, a pesquisa envolveu 48 entrevistas em cinco países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e México. O resultado final sistematiza experiências, avanços e desafios enfrentados por organizações que atuam no campo da inovação política na região.
“Mapear esse ecossistema é fundamental para entender como e onde a transformação política está acontecendo. Ao identificar essas iniciativas nos territórios, reforçamos que nenhuma organização atua sozinha e que, quando uma deixa de existir, todo o ecossistema enfraquece”, diz a diretora de Parcerias e Articulação do Instituto Update Ingrid Farias.
Entre as iniciativas mapeadas, 55% foram encontradas no Brasil, seguido por Argentina, México, Colômbia e Chile. A grande maioria (87%) conta com mulheres em suas lideranças e 64% declaram ser lideradas exclusivamente por mulheres. Outro achado importante é que 74% das iniciativas não têm vínculos partidários.
Para Tânia Ramírez, coordenadora de projetos para América Latina do Instituto Update, o dado levanta uma pergunta urgente: os partidos políticos estão realmente preparados para representar a diversidade da sociedade?
“O fato de a maioria das iniciativas mapeadas não ter vínculo partidário revela dois movimentos: a força da sociedade civil na promoção de novas lideranças e as limitações dos partidos em acolher vozes diversas. Grande parte da renovação política está acontecendo à margem das estruturas tradicionais”, diz Tânia.