Na esteira da implosão da aliança entre PP e PT desencadeada por Jaques Wagner (PT) na Bahia, o vice-governador João Leão (PP) confirmou nesta quinta que será candidato ao Senado na chapa de ACM Neto (União Brasil) no estado — e acenou a um possível apoio ao ex-presidente Lula (PT).
“Tenho uma vontade muito grande de apoiar o presidente Lula. Mas na vida política você apoia quem quer ser apoiado. Se Lula quiser ter o apoio de João Leão, ele vai ter que me sinalizar”, disse o cacique durante coletiva ao lado do ex-prefeito de Salvador.
Durante o encontro, ACM Neto afirmou que a chegada do PP e de Leão na aliança representa a construção de um “governo amplo”, e que a definição sobre quem o União Brasil irá apoiar na sucessão presidencial será tratada apenas após o fim da janela partidária, em 2 de abril. O presidente do partido Luciano Bivar já declarou que a sigla lançaria um nome próprio ao Planalto, mas o enlace com o PP na Bahia poderá mudar essa disposição.
Até poucas semanas atrás, Jacques Wagner era o predileto para a sucessão petista de Rui Costa no estado, mas escolheu continuar senador até 2026 e desenhou com Lula uma conciliação: Otto Alencar (PSD) deixaria o Senado para concorrer ao governo e, Rui Costa, por sua vez, tentaria o Senado. Já o vice João Leão assumiria o Executivo entre abril e dezembro, encerrando a carreira como governador.
O plano começou a azedar quando Wagner afirmou a uma rádio, no início da última semana, que Rui Costa permaneceria no governo até o final de seu mandato, deixando Leão de mãos abanando. Nos dias seguintes, o cacique do PP deu início ao desembarque de nomes da legenda do governo Costa, após mais de 13 anos de aliança.