A Justiça do Rio de Janeiro adiou o júri popular da ex-deputada federal Flordelis pela sua ligação com o assassinado de seu ex-marido, o pastor Anderson do Carmo, morto a tiros em 2019 em frente à casa da família, em Niterói.
O julgamento estava previsto inicialmente para 9 de maio, mas foi adiado a pedido da defesa. A juíza Nearis dos Santos Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, entendeu que não haveria tempo hábil para juntar ao processo novos laudos solicitados pelos advogados da ex-deputada.
Segundo as investigações, o crime teve participação de Flordelis, de parentes biológicos e de filhos adotivos da ex-parlamentar. Ao todo nove pessoas foram presas por suspeita de participação no crime. Flordelis irá a júri ao lado de sua filha biológica Simone Rodrigues, de sua neta Rayane Oliveira e de dois de seus filhos adotivos, André Oliveira e Marzy da Silva.
Outros réus no processo já foram condenados. Em 13 de abril foram condenados Adriano Rodrigues, filho biológico da ex-deputada, o ex-PM Marcos Siqueira, a sua esposa Andrea Mais e o filho adotivo de Flordelis Carlos da Silva.
Em novembro do ano passado, o Tribunal do Júri já havia condenado o filho biológico Flávio Rodrigues. Teria sido ele o autor dos disparos que mataram o pastor. Ele foi condenado 33 anos 2 meses de prisão em regime inicialmente fechado por homicídio triplamente qualificado consumado, porte ilegal de arma de fogo, uso de documento falso e associação criminosa armada.
Na mesma sessão de julgamento, Lucas de Souza, filho adotivo de Flordelis, foi condenado por homicídio triplamente qualificado a nove anos de prisão em regime inicialmente fechado. Ele foi acusado de ter sido o responsável por adquirir a arma usada no assassinato do pastor.
Flordelis foi eleita em 2018 pelo PSD no Rio. Ela teve seu mandato cassado pela Câmara em agosto do ano passado.