O ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab, vai ser investigado por supostos desvios em obras de São Paulo. O esquema foi delatado por Carlos Armando Guedes Paschoal e Roberto Cumplido, da Odebrecht.
O Ministério Público abriu dois inquéritos. O primeiro diz respeito a uma obra viária de 2008. E o segundo, a uma série de vantagens obtidas por ele que totalizam 20 milhões de reais.
“Foram chamados por Paulo Vieira de Souza, então Diretor de Engenharia da DERSA, quando foi proposto um “acordo de mercado” entre grandes e médias empresas, situação aceita pelo Grupo Odebrecht tendo a condição de líder do consórcio. Como contrapartida, nessa mesma conversa, foi solicitado o pagamento de propina no valor de 5% (cinco por cento) do contrato, além de um adiantamento chamado de “abadá” no importe de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais)”, diz o documento assinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin. Ainda segundo o delator, o pagamento não chegou a ser concretizado.
No outro inquérito, Kassab é acusado de desvios da ordem de 20 milhões de reais.
“Narram os colaboradores que, no período entre os anos de 2008 a 2014, o referido Ministro de Estado teria recebido, a pretexto da obtenção de vantagens pela sua condição de Prefeito Municipal de São Paulo/SP e, após, de Ministro das Cidades, vantagem indevida no valor de R$ 20.000.000,00”, diz o documento.
Atualização:
O ministro Gilberto Kassab informa que não teve acesso oficialmente às informações e que é necessário ter cautela com depoimentos de colaboradores, que não são provas. E afirma que os atos praticados em suas campanhas foram realizados conforme a legislação.