A Record lançará em fevereiro o livro “O antimodernista: Graciliano Ramos e 1922”, com textos do escritor alagoano a partir de um ponto de vista crítico ao modernismo e sua influência nas artes brasileiras.
Os pesquisadores Tiago Mio Salla e a Ieda Lebensztein reuniram ensaios, resenhas de livros, entrevistas e cartas do autor de Vidas Secas em que ele reconhece a importância do movimento, mas se propõe a discuti-lo sem fanatismos.
O tom da crítica é entendido já na orelha. “É a perspectiva de um artista que duvida da idolatria ao progresso e recusa o fascínio pelo novo, quando tais exageros ignoram as desigualdades sociais do país. Mas é bom evitar confusões: não se trata de uma defesa do tradicionalismo nem de reacionarismo”, diz.
“O que se vê neste livro — seja na intimidade das cartas, desde os anos 1920; em texto do início dos anos 1930, escrito em Alagoas; ou em entrevistas e crônicas posteriores à prisão, desde 1937 até o começo dos anos 1950, quando a morte já se avizinhava — é um Graciliano incomodado com os descaminhos da civilização ocidental, e que manifesta sua postura desconfiada e vigilante de modo contínuo”.
O livro será lançado em razão da comemoração do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922.
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