Lula diz que fará reunião sobre decisão “extremamente grave” de Zuckerberg
"O que nós queremos, na verdade, é que cada país tenha a sua soberania resguardada", disse o presidente a jornalistas nesta quinta, no Palácio do Planalto

O presidente Lula afirmou há pouco que vai fazer uma reunião nesta quinta-feira para discutir a “questão da Meta“, ao ser questionado sobre o anúncio feito na terça por Mark Zuckerberg sobre a mudança nas políticas de moderação de conteúdo big tech dona do Facebook, do WhatsApp, do Instagram e do Threads.
“Eu acho que é extremamente grave as pessoas quererem que a comunicação digital não tenha a mesma responsabilidade do cara que comete um crime na imprensa escrita. É como se um cidadão pudesse ser punido porque ele faz uma coisa na vida real e pudesse não ser punido porque ele faz a mesma coisa na digital”, declarou Lula, em rápida interação com jornalistas no Palácio do Planalto, após um evento.
“O que nós queremos, na verdade, é que cada país tenha a sua soberania resguardada. Não pode um cidadão, não podem dois cidadãos, não podem três cidadãos acharem que pode ferir a soberania de uma nação”, concluiu o petista.
No vídeo divulgado na terça, Zuckerberg declarou alinhamento ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, crítico da moderação das plataformas, e afirmou que “países da América Latina têm Cortes secretas, que exigem que companhias removam conteúdos na surdina”.
No mesmo dia, o secretário de Políticas Digitais da Secom da Presidência, João Brant, disse por meio de post no X que a declaração do empresário é “fortíssima” e “explícita” e que “Facebook e Instagram vão se tornar plataformas que vão dar total peso à liberdade de expressão individual e deixar de proteger outros direitos individuais e coletivos”. “A repriorização do ‘discurso cívico’ significa um convite para o ativismo da extrema direita”, afirmou.
Ele também afirmou que a mudança mostra que a Meta “não aceita a soberania dos países sobre o funcionamento do ambiente digital e soa como antecipação de ações que serão tomadas pelo governo Trump”.